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Durval Barbosa confirma denúncias na CPI da Codeplan

Publicado em 30/03/2010 14h02
O ex-secretário de Relações Institucionais do GDF, Durval Barbosa, não respondeu às perguntas dos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Codeplan, que investiga denúncias de corrupção no governo, na manhã de hoje (30). Ele confirmou, no entanto, informações prestadas no Inquérito nº 650 e alertou que ainda há "fatos graves" a serem revelados e que um "rolo compressor vem aí".

Amparado por habeas corpus concedido pelo desembargador Mário Machado, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Barbosa chegou à Superintendência da Polícia Federal acompanhado de sua advogada Margareth Maria de Almeida. Logo no início da oitiva, anunciou que usaria seu direito de permanecer calado. "Já dei mais de 40 depoimentos para entidades em que confio", disse. E retrucou: "A sociedade quer ouvir o Arruda, o Paulo Octávio e os demais envolvidos".

:Para a presidente da CPI, deputada Eliana Pedrosa (DEM), o depoimento do ex-secretário - principal delator da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal - foi positivo e superou as expectativas, visto que Barbosa tinha o direito de permanecer calado.

Apesar de ter se recusado a responder perguntas, Durval ratificou todas as informações já prestadas, o que foi considerado proveitoso para o relator da CPI, deputado Paulo Tadeu (PT). "Isso já é de grande valia, porque vamos poder utilizar de forma oficial os depoimentos para os trabalhos da comissão e para as oitivas dos acusados", afirmou o petista.

"Papel nefasto" - Durante a reunião da CPI da Codeplan, o deputado Batista das Cooperativas (PRP) disse que o papel de Durval no governo foi nefasto: "É louvável o fato de ter trazido à tona o escândalo, mas eu não quero tratá-lo e não acho que a sociedade deve tratá-lo como herói". O distrital repudiou o fato de o ex-secretário permanecer calado na comissão:  "Se tivesse poder para tal, não aceitava a decisão judicial".

:Barbosa se defendeu dizendo que tomou a iniciativa de se autoincriminar por não aguentar os "achaques" do governador cassado José Roberto Arruda e do ex-governador Paulo Octávio. "Eu nunca quis ser herói, quis sair da situação em que estava e, se contrariei algum interesse, não tenho culpa", finalizou.

Todos os cinco deputados da CPI estiveram presentes na reunião desta manhã: a presidente da comissão, Eliana Pedrosa (DEM); o relator, Paulo Tadeu (PT); Batista das Cooperativas (PRP), Raimundo Ribeiro (PSDB) e Reguffe (PDT). Acompanharam o depoimento ainda os distritais Chico Leite (PT), Erika Kokay (PT) e Raad Massouh (DEM).

:Cronograma - O próximo depoente da CPI é o empresário Gilberto Lucena, dono da Linknet. O depoimento está marcado para as 10h da próxima segunda-feira (5), no plenário da Câmara Legislativa.

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