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Distrital critica proposta que pede exame toxicológico de professores

Publicado em 02/10/2019 14h14

Um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro irritou o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT). Na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta quarta-feira (2), Veras criticou duramente o projeto, que prevê a realização de exames toxicológicos nos professores da rede pública, a cada três meses. O deputado classificou a proposta de insanidade, fruto da "inversão de valores na sociedade brasileira".

Na opinião do distrital, os professores vêm sendo submetidos nos últimos tempos a um processo de criminalização de suas ações e atividades. Segundo Veras, o deputado fluminense justificou a proposta afirmando que os professores usam drogas nas salas de aula e estimulam os alunos a usarem junto com eles. "Não sabe o imbecil que são exatamente as ações dos professores nas escolas que mais alertam sobre os malefícios das drogas", rebateu.

Reginaldo Veras ironizou e propôs um teste psiquiátrico para deputados, governadores, ministros da Educação e até para presidente. "Se fosse feito o teste, com certeza a maioria não passaria e o deputado fluminense seria internado imediatamente", assinalou.

Desmonte – Ainda na sessão desta quarta-feira, o deputado Leandro Grass (Rede) condenou o que chamou de desmonte da Educação, tanto no DF como no governo federal. Como exemplo do descaso, Grass citou o atraso no pagamento das empresas de ônibus escolar do DF, que deixa quase 2 mil alunos fora das salas de aula. O distrital questionou a secretaria de Fazenda pela falta de pagamento e acrescentou que até o momento menos de 50% dos recursos destinados a investimentos da secretaria de Educação foram empenhados. "Populistas e mentirosos que dizem que estão resolvendo o problema da educação colocando policiais nas escolas", sentenciou.

Leandro Grass (Rede) também adiantou que vai propor um projeto de lei forçando o governo a regulamentar uma política de compostagem no DF. Ele informou que visitou alguns pátios de compostagem e elogiou o envolvimento de muitas pessoas na resolução do problema do lixo orgânico. Para ele, "o governo tem que fazer o seu papel, dar segurança e definir as regras deste setor".

Canabidiol – Outro tema abordado durante a sessão ordinária foi o crescimento de 49% na importação do medicamento Canabidiol, destacado em reportagem publicada pelo portal Metrópoles. O deputado Delmasso (Republicanos) repercutiu a reportagem e disse que o crescimento aconteceu logo após a edição da medida que autoriza a importação deste medicamento. "A grande maioria está sendo importada por pessoas com epilepsia. Já temos relatos que quem está usando tem redução drástica na quantidade de crises e melhoria na qualidade de vida", analisou.

Segundo Delmasso, o DF virou modelo nas políticas públicas de atendimento a pessoas com epilepsia. Ele informou que foi convidado a falar na Assembleia Legislativa do Amapá para explicar a experiência no DF e as leis do DF relacionadas com a epilepsia. O deputado condenou a demora do Congresso Nacional na aprovação da legislação que permita a produção do Canabidiol no Brasil. Se a produção do medicamento fosse feita no Brasil, o preço teria uma redução de 90%. "De quem é o interesse de isto não ser autorizado no Brasil?", questionou.

A deputada Arlete Sampaio (PT) destacou que o Canabidiol não é importante só para as pessoas com epilepsia, mas também tem efeitos extraordinários para a doentes com Parkinson e Alzheimer.

Luís Cláudio Alves
Fotos: Figueiredo/CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa

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