Distrital critica proposta que pede exame toxicológico de professores
Distrital critica proposta que pede exame toxicológico de professores

Um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro irritou o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT). Na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta quarta-feira (2), Veras criticou duramente o projeto, que prevê a realização de exames toxicológicos nos professores da rede pública, a cada três meses. O deputado classificou a proposta de insanidade, fruto da "inversão de valores na sociedade brasileira".
Na opinião do distrital, os professores vêm sendo submetidos nos últimos tempos a um processo de criminalização de suas ações e atividades. Segundo Veras, o deputado fluminense justificou a proposta afirmando que os professores usam drogas nas salas de aula e estimulam os alunos a usarem junto com eles. "Não sabe o imbecil que são exatamente as ações dos professores nas escolas que mais alertam sobre os malefícios das drogas", rebateu.
Reginaldo Veras ironizou e propôs um teste psiquiátrico para deputados, governadores, ministros da Educação e até para presidente. "Se fosse feito o teste, com certeza a maioria não passaria e o deputado fluminense seria internado imediatamente", assinalou.
Desmonte – Ainda na sessão desta quarta-feira, o deputado Leandro Grass (Rede) condenou o que chamou de desmonte da Educação, tanto no DF como no governo federal. Como exemplo do descaso, Grass citou o atraso no pagamento das empresas de ônibus escolar do DF, que deixa quase 2 mil alunos fora das salas de aula. O distrital questionou a secretaria de Fazenda pela falta de pagamento e acrescentou que até o momento menos de 50% dos recursos destinados a investimentos da secretaria de Educação foram empenhados. "Populistas e mentirosos que dizem que estão resolvendo o problema da educação colocando policiais nas escolas", sentenciou.
Leandro Grass (Rede) também adiantou que vai propor um projeto de lei forçando o governo a regulamentar uma política de compostagem no DF. Ele informou que visitou alguns pátios de compostagem e elogiou o envolvimento de muitas pessoas na resolução do problema do lixo orgânico. Para ele, "o governo tem que fazer o seu papel, dar segurança e definir as regras deste setor".
Canabidiol – Outro tema abordado durante a sessão ordinária foi o crescimento de 49% na importação do medicamento Canabidiol, destacado em reportagem publicada pelo portal Metrópoles. O deputado Delmasso (Republicanos) repercutiu a reportagem e disse que o crescimento aconteceu logo após a edição da medida que autoriza a importação deste medicamento. "A grande maioria está sendo importada por pessoas com epilepsia. Já temos relatos que quem está usando tem redução drástica na quantidade de crises e melhoria na qualidade de vida", analisou.
Segundo Delmasso, o DF virou modelo nas políticas públicas de atendimento a pessoas com epilepsia. Ele informou que foi convidado a falar na Assembleia Legislativa do Amapá para explicar a experiência no DF e as leis do DF relacionadas com a epilepsia. O deputado condenou a demora do Congresso Nacional na aprovação da legislação que permita a produção do Canabidiol no Brasil. Se a produção do medicamento fosse feita no Brasil, o preço teria uma redução de 90%. "De quem é o interesse de isto não ser autorizado no Brasil?", questionou.
A deputada Arlete Sampaio (PT) destacou que o Canabidiol não é importante só para as pessoas com epilepsia, mas também tem efeitos extraordinários para a doentes com Parkinson e Alzheimer.
Luís Cláudio Alves
Fotos: Figueiredo/CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa
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