Publicador de Conteúdos e Mídias

Depoimentos à Comissão de Ética são interrompidos e serão retomados nesta quinta

Publicado em 14/08/2013 13h27

Por causa do choque de horário com a sessão ordinária, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal interrompeu o depoimento do ex-administrador de Sobradinho, Carlos Augusto de Barros, remarcando a oitiva para esta quinta-feira (15), às 9h. Logo após o ex-administrador, a comissão vai ouvir o deputado distrital Raad Massouh (PPL). Os depoimentos fazem parte do processo contra o deputado Raad por suposto desvio de recursos públicos na aplicação de emenda de sua autoria para realização de um evento festivo em Sobradinho, no valor de R$ 100 mil.

Carlos de Barros começou a ser ouvido pela Comissão às 14h45 e falou por quase uma hora. O depoimento teve que ser suspenso porque o Regimento Interno da Casa impede o funcionamento de comissões a partir do início da sessão ordinária. O presidente da Comissão de Ética, deputado Dr. Michel (PEN), tentou negociar com a Mesa Diretora a remarcação da sessão ordinária para continuar a oitiva, mas não conseguiu. 

Conforme explicou o presidente da Casa, deputado Wasny de Roure (PT), a possibilidade de suspender as oitivas já havia sido prevista e acordada em reunião de líderes. Na pauta da sessão ordinária, está a elição do suplente da terceira secretaria da Mesa Diretora.

O relator do processo contra o deputado Raad na Comissão de Ética, deputado Joe Valle (PSB), protestou contra a interrupção do depoimento. Já o deputado Patrício (PT) criticou a abertura da sessão: "Nada impediria que o Plenário fosse iniciado mais tarde". Os dois parlamentares disseram que, em repúdio, não participariam da sessão ordinária.

Depoimento – Durante o período em que foi ouvido, Carlos de Barros atribuiu possíveis irregularidades na contratação da empresa MCM Produções para a realização de evento festivo às diretorias da administração regional. Barros foi ouvido na condição de "ouvinte colaborador", já que não pode ser testemunha por também estar envolvido no caso. Ele admitiu ter sido indicado para o cargo pelo grupo político que apoia o deputado Raad, mas negou pressão para cometer qualquer irregularidade. "O deputado não me mandou fazer nada errado, apenas me pediu para resolver a realização do evento. E se ele tivesse mandado eu não faria", defendeu-se.

Barros disse que só tomou conhecimento posteriormente de que o evento não foi realizado na íntegra, quando o contrato já tinha sido todo pago. O evento voltado ao turismo rural deveria ter sido realizado em dois dias, mas aconteceu em apenas um. "Sabemos que não é correto e que não é sanável, mas só soube depois que já havia pago", informou o ex-administrador. Segundo ele, como forma de compensação, as bandas se apresentaram em outros eventos da cidade.

O ex-administrador afirmou que o processo de contratação da empresa por inexigibilidade de licitação passou por todas as diretorias pertinentes do órgão e contou com os pareceres técnicos necessários. Ele fez questão de explicar que não foi indiciado pela polícia no caso e que seu indiciamento foi pedido pelo Ministério Público.

Em plenário - Durante a sessão de hoje, o deputado Raad foi à tribuna declarar sua satisfação com o depoimento parcial de Carlos de Barros. O parlamentar se considerou inocentado pela fala do ex-administrador. Massouh destacou, em seu pronunciamento, o sofrimento de sua família por ter tido sua casa "invadida" e seu sigilo quebrado por dois anos e meio. 

Mais notícias sobre