Publicador de Conteúdos e Mídias

CPI voltou a ouvir o executor de contratos da Gautama

Publicado em 22/09/2008 12h20
Hebert Gualberto de Souza, executor do contrato com a empreiteira responsável pelas obras da bacia do Rio Preto, foi ouvido hoje em caráter reservado pelos membros da CPI da Gautama. A oitiva não demorou mais de dez minutos e, segundo o deputado Cabo Patrício (PT), ele confirmou ter usado o veículo alugado pela empresa em 2006 e 2007.

Também foi convocado a prestar esclarecimentos o ex-consultor jurídico da Secretaria de Agricultura, Júlio Castro Cavalcante, que opinou favoravelmente à transferência das obras para a empresa Gautama, depois da cisão com a JLA. Júlio, contudo, não compareceu nem apresentou qualquer justificativa para sua ausência, o que foi considerado pelo Cabo Patrício (PT) como um desrespeito aos membros da comissão.

O presidente da CPI, Bispo Renato (PR), anunciou que será realizada reunião extraordinária na próxima quarta-feira (24) para ouvir Júlio. Caso este não compareça, o deputado deverá acionar a polícia para trazê-lo coercitivamente, a fim de que esclareça alguns pontos relacionados com os novos documentos a que a comissão teve acesso.

Júlio Cavalcante será o último depoente a ser ouvido pela CPI. O presidente, Bispo Renato, esclareceu que entre 15 e 17 pessoas deverão ser indiciadas no relatório a ser apresentado no dia 29, próxima segunda-feira. Segundo ele, todas as pessoas que deram causa a qualquer desvio deverão ser penalizadas.

O deputado não confirmou se o nome do ex-distrital Pedro Passos, que renunciou para não ser cassado, depois de ter seu nome envolvido em gravações da Polícia Federal relacionadas à Operação Navalha, está entre aqueles que serão denunciados preventivamente pela CPI. Bispo Renato disse que mesmo aqueles que não forem denunciados, mas participaram do esquema, terão os nomes encaminhados para que o Ministério Público aprofunde as investigações.

Já o deputado Cabo Patrício acredita que há indícios suficientes para indiciar Pedro Passos. Ressalvando que se tratava de opinião pessoal, o deputado adiantou que Passos não o convenceu com seu depoimento e que as agendas recebidas do STJ, com anotações sobre depósitos de valores e as gravações, são suficientes para que o mesmo seja indiciado.

Cabo Patrício anunciou também que se os nomes que fizeram parte do esquema não estiverem no relatório final da CPI, a cargo do relator deputado Brunelli (DEM), vai apresentar um voto em separado, no qual sua equipe já está trabalhando. Em todo caso, o deputado reconhece que a comissão realizou um excelente trabalho, realizando dezenas de inquirições e quebrando o sigilo fiscal e bancário de todos os envolvidos. Com isso, segundo ele, o Ministério Público terá um bom material para punir o desvio de cerca de R$ 3,5 milhões.

Mais notícias sobre