Publicador de Conteúdos e Mídias

CPI comprova irregularidades no cemitério de Taguatinga

Publicado em 02/04/2008 14h00
"Detectamos várias irregularidades que podem vir a se configurar como graves e até como ilegalidades". Esta a conclusão do deputado Rogério Ulysses (PSB), presidente da Comissão Paralmentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa que investiga denúncias de violação de direitos humanos e ilegalidades na administração dos cemitérios do DF, ao encerrar a visita feita hoje pela manhã ao cemitério de Taguatinga.

Entre as irregularidades, os parlamentares encontraram um precário incinerador usado, segundo denúncias, para queimar caixões que seriam retirados de sepulturas revendidas pela empresa administradora do cemitério. Além do incinerador, foram vistoriados dois túmulos que serviriam como ossário dos esqueletos retirados daquelas sepulturas.

Pelo telefone, os parlamentares denunciaram esses fatos à polícia e, em seguida, o delegado de plantão da 17ª Delegacia de Polícia, Fábio Rodrigues, esteve no local e tomou as providências necessárias à perícia solicitada pelos deputados distritais, inclusive, isolando as áreas.

Os deputados que participaram da visita - Erika Kokay (PT), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos (CDDHCEP) e Reguffe (PDT), autor do requerimento para a instalação da CPI, além de Ulysses - foram unânimes em afirmar que, caso as denúncias se comprovem, a situação é grave e o governo terá que "suspender imediatamente o contrato de concessão", conforme resumiu Erika Kokay. Para os parlamentares a empresa concessionária age apenas visando o lucro.

Apesar da aparente gravidade da situação, os distritais entendem que devem agir com prudência: "A responsabilidade pública não permite acusação antes de qualquer comprovação", declarou Reguffe. A CPI vai aguardar os laudos técnicos da polícia, que devem ser entregues em 30 dias, antes de tomar qualquer atitude.

:Até lá, a Comissão deve visitar outros cemitérios e ouvir o depoimento de jardineiros do cemitério de Taguatinga que denunciam o descaso da empresa na manutenção dos túmulos.

Diante das denúncias de que os preços de sepultamento são exorbitantes, Rogério Ulysses pediu ao funcionário da administração do cemitério que lhe apresentasse, por escrito, orçamento para o enterro mais barato possível. O deputado saiu com o orçamento em mãos e disse que lançará, em seu site um desafio: "Quero saber quem já conseguiu enterrar algum ente querido por esse preço!".

Mais notícias sobre