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Comerciante que aplicou outdoor apelativo confessa falso testemunho à CPI

Publicado em 09/11/2016 10h31

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, da Câmara Legislativa do Distrito Federal, ouviu na manhã desta quarta-feira (9) os envolvidos no caso da boate Real Show, que instalou outdoor com material publicitário considerado ofensivo aos direitos de proteção das crianças e adolescentes próximo a escola em Vicente Pires. O comerciante responsável pela divulgação do material, Leandro Soares Barroso, compareceu a sua segunda oitiva e assumiu ter dado falso testemunho à Comissão anteriormente. Já o proprietário da boate Real Show não atendeu a convocação para oitiva.

O instalador do material José do Carmo, que havia sido citado por Leandro Soares como sendo o responsável pela escolha da localização do anúncio, trouxe novos desdobramentos ao caso. O autônomo garantiu que Leandro e Guinter de Oliveira – dono do imóvel onde fica o outdoor -, estiveram presente durante toda aplicação do material. "Eles permaneceram até que o outdoor estivesse pronto. Quando concluído questionei ambos quanto a autorização para permanência do banner no local, devido ao conteúdo", completou José do Carmo. 

Já o gerente da gráfica responsável pela confecção da arte Andriei Afonso contou que realiza trabalhos para o dono da boate há algum tempo. "Sempre faço as artes para o Ronaldo, mas minha relação com ele é de comerciante e cliente. Ele me passa a demanda sem detalhes sobre a aplicação ou localização de onde serão colocados", afirma. 

O parlamentar Rafael Prudente (PMDB) que acompanhou as oitivas, garantiu que as providências quanto aos falsos testemunhos à CPI da Pedofilia serão tomadas. "É inaceitável que as pessoas se comprometam a falar somente a verdade e tenham esse tipo de atitude", disse Prudente. A Comissão determinou que os demais envolvidos no caso serão convocados para novas oitivas. 

Já o presidente da comissão, Rodrigo Delmasso (PTN), lembrou que a prática está em desacordo com o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e com a Lei distrital 5.466/2015 e Lei de Defesa do Consumidor. "Além de fortalecer a ideologia da erotização das crianças", completou Delmasso. 

Segundo Rodrigo, o banner surpreendeu no primeiro dia de volta às aulas da escola. "A propaganda era totalmente apelativa com mulheres nuas. Consideramos um absurdo. Não vamos aceitar esse desrespeito com o ECA e com a população", disse o presidente. 

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