Campanha do Laço Branco é encerrada na Câmara Legislativa
Campanha do Laço Branco é encerrada na Câmara Legislativa

Foi encerrada nesta quinta-feira (5), com solenidade na Câmara Legislativa do Distrito Federal, a campanha do Laço Branco, a qual tem o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra as mulheres, além de promover a equidade de gênero. Um grande laço com uma fita branca foi amarrado no parapeito da galeria do plenário da Casa. O evento reuniu parlamentares, representantes do GDF e militantes dos direitos da mulher.
A solenidade foi promovida pela Mesa Diretora da Câmara, juntamente com a Procuradoria Especial da Mulher da CLDF e o gabinete da deputada Arlete Sampaio (PT), em parceria com a Secretaria da Mulher do GDF. O presidente da Casa, deputado Wasny de Roure (PT), ressaltou que a cor branca do laço remete à cor da paz e simboliza um apelo para o fim da guerra cruel que tem vitimado milhares de mulheres. "Qualquer homem comprometido com o humanismo não pode ficar insensível a esta causa", disse, fazendo uma convocação para o engajamento na luta contra a violência.
A secretária da Mulher, Olgamir Amâncio, afirmou que o momento é emblemático na luta contra a violência contra a mulher. Segundo ela, o DF realizou uma ação diferenciada na campanha deste ano, iniciando as atividades no dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra, enquanto que no restante do mundo a data inicial foi em 25 do último mês. A secretária explicou que o fim da desigualdade é o grande desafio a ser alcançado e destacou as ações feitas com outras áres do governo, como as secretarias de Saúde, Trabalho e Educação.
História - A deputada Arlete Sampaio (PT), líder do governo na Casa, ressaltou que o Dia do Laço Branco acontece amanhã (6/12). A data foi escolhida porque no dia 6 de dezembro de 1989 um rapaz de 25 anos, Marc Lepine, invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica na cidade de Montreal, no Canadá, e ordenou que os homens se retirassem, gritando com as mulheres e chamando-as de feministas. Em seguida, o rapaz começou a atirar enfurecidamente e assassinou 14 meninas, tendo se suicidado na sequência. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que faria aquilo porque não suportava a idéia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.
O crime mobilizou a opinião pública de todo o país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social. Assim, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem homens que cometem violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: "Jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência".
A deputada federal Érica Kokay (PT-DF) participou da atividade hoje na CLDF e assinalou que o espaço doméstico muitas vezes é extremamente agressivo e conflituoso. Segundo ela, os vários tipos de violência contra a mulher transformam muitos lares em ambientes hostis.
Já a procuradora especial da Mulher da Câmara, deputada Luzia de Paula (PEN), colocou o órgão à disposição das organizações e dos militantes que atuam na defesa dos direitos femininos. Ela também relatou ter sido procurada pelo pai de uma menina de 13 anos que foi estuprada e que buscava apoio.
Busca de soluções - A deputada Liliane Roriz (PRTB), integrante da Rede de Mulheres Parlamentares da América Latina, defendeu a criação de procuradorias da mulheres nas casas legislativas de todo o País. A parlamentar também manifestou preocupação com o turismo sexual nos próximos anos, por causa dos grandes eventos previstos para o Brasil, e destacou que a Câmara Legislativa já criou um comitê para combater esta prática.
Agaciel Maia (PTC) sugeriu o aumento dos recursos para as políticas públicas dirigidas às mulheres. Em sua opinião, os recursos também devem ser direcionados para a qualificação das mulheres e para a realização de campanhas incisivas de conscientização da sociedade sobre o problema. E o deputado Chico Leite (PT) propôs ações junto às famílias, interferindo diretamente na formação das pessoas para eliminar as práticas violentas.
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