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Câmara Legislativa homenageia Marcha das Margaridas

Publicado em 06/03/2015 14h41

O plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal ganhou um colorido especial na tarde desta sexta-feira (6). Dezenas de mulheres trabalhadoras do campo do DF e do Entorno ocuparam todos os assentos do plenário para acompanhar a realização de uma sessão solene em homenagem à 5ª Marcha das Margaridas, que acontecerá em agosto. A Marcha acontece a cada quatro anos desde 2000 e é considerada a maior mobilização de mulheres do Brasil.

A homenagem foi proposta pelo deputado Chico Vigilante (PT) e contou ainda com a presença da deputada federal Érika Kokay (PT-DF), de lideranças sindicais e da secretária adjunta da secretaria de Política para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do DF, Vera Lúcia Santana Araújo.

A sessão foi iniciada com a exibição de um vídeo que mostrou o histórico da mobilização, além de destacar as principais reivindicações das mulheres trabalhadoras rurais. A marcha tem como lema a luta pelo desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade. A mobilização é promovida pela Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), federações e sindicatos rurais.

Chico Vigilante destacou que a sessão solene é uma oportunidade de mostrar ao Brasil que Brasília também tem trabalhadoras rurais. O parlamentar disse ter sido tomado por lembranças "como num filme" ao ver as mulheres com seus chapéus de palha ocupando o plenário da Câmara Legislativa. Ele contou que lembrou de sua infância e do árduo trabalho de sua mãe, trabalhadora rural no interior do Maranhão. O distrital lembrou episódios de violência no campo e apontou o latifúndio como responsável pelo acirramento dos conflitos. O deputado defendeu ainda a valorização dos pequenos agricultores.

A secretária das mulheres do Sindicato das Trabalhadoras Rurais, Esteniza Fernandez, defendeu o papel da agricultura familiar e ressaltou a força das mulheres do campo. Alessandra da Costa Lunas, secretária de mulheres trabalhadoras da Contag, afirmou que ainda há muito o que lutar para combater a violência contra a mulher e assegurar os direitos das "margaridas". Lunas ainda criticou a extinção de secretarias específicas para tratar de políticas públicas para as mulheres em vários estados e no DF.

Margarida – A mobilização das trabalhadoras do campo recebeu o nome de Marcha das Margaridas em homenagem a Margarida Alves, brutalmente assassinada em 12 de agosto de 1983. Margarida Alves era trabalhadora rural, casada, tinha 40 anos e dois filhos. Rompeu com vários tabus e ocupou a presidência do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Por seus ideais de libertação e inclusão das mulheres acabou contrariando interesses de poderosos até ser assassinada na porta de sua casa.

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