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Audiência pública debate alteração do nome da Torre de TV Digital

Publicado em 20/08/2019 08h40

A Câmara Legislativa do Distrito Federal debateu na manhã desta terça-feira (20) a proposta de alteração do nome da Torre de TV Digital para Torre de Transmissão Digital Oscar Niemeyer, em homenagem ao autor do projeto e um dos responsáveis pela construção de Brasília, ao lado de Lúcio Costa. A iniciativa da proposição e da realização da audiência pública foi do deputado Rafael Prudente (MDB), presidente da CLDF.

Prudente presidiu a audiência pública e explicou que ela teve a finalidade de dar subsídios para dar prosseguimento na legislação que altera o nome da Torre de TV Digital e obedece a um rito legal necessário para este tipo de alteração. Segundo ele, um relatório detalhado sobre a audiência será entregue aos demais parlamentares e, posteriormente, será marcada a data para discussão e votação do projeto que mudará o nome. "Quando propomos a alteração e homenagem, conversamos com algumas pessoas e entendemos que é uma homenagem justa, já que Niemeyer ajudou na projeção da nossa cidade", completou Prudente.

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do DF, Daniel Mangabeira da Vinha, destacou a importância de Niemeyer para a sociedade a sociedade brasileira. Ele leu uma passagem de um livro de Lucio Costa, com capítulo específico sobre Oscar Niemeyer, que enaltece o trabalho do arquiteto. Também afirmou que Niemeyer foi um arquiteto técnico, inclusive com formação em engenharia. Para ele, a alteração do nome da torre é extremamente benéfica para nossa cultura. Ele ainda sugeriu que a outra torre de TV mude seu nome também para homenagear Lúcio Costa, que é o autor do projeto.

Antônio Gomes Filho, ex-presidente da Terracap e que comandou a construção da torre digital, disse que o ex-secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, foi o grande articular da Torre Digital. Na opinião dele, a Torre Digital é um dos maiores projetos do Niemeyer em Brasília. "Esta audiência é o coroamento do trabalho iniciado há anos atrás. É o maior monumento desta cidade, uma obra de arte e que está à altura do maior arquiteto de todos os tempos", assinalou ele.

Silvestre Gorgulho, jornalista e ex-secretário de cultura, lembrou que a torre foi inaugurada em 21 de abril em 2012 e foi o último projeto de Oscar Niemeyer inaugurado com ele ainda vivo. Gorgulho repetiu uma frase dita pelo arquiteto sobre o monumento: "Quando alguém subir ao topo da torre digital, podendo observar o planalto central em 360 graus, eu tenho um sentimento de que todos sentirão que tanto menos parecem as coisas terrenas e tanto maior parecem as coisas celestiais". O jornalista apoiou também a mudança do nome da outra torre para homenagear Lucio Costa.

Gorgulho ressaltou que a Torre Digital evitou a construção de outras 22 torres paliteiros no centro de Brasília, evitando a poluição visual do cenário da capital e preservando a paisagem natural. Ele também falou sobre a grandiosidade da obra do arquiteto, responsável por "300 projetos em 70 cidades brasileiras, 55 cidades no mundo em 27 países, entre eles a sede da ONU".

O superintendente da Fundação Oscar Niemeyer, Carlos Ricardo Niemeyer, avaliou que a colocação do nome de Niemeyer em uma obra também é o reconhecimento do esforço de várias pessoas para realizar o trabalho. Também lembrou que o projeto da Torre Digital é de 2007, ano em que o arquiteto completou 100 anos.

Ana Lúcia Niemeyer de Medeiros, presidente da Fundação Oscar Niemeyer, agradeceu as homenagens ao seu avô e ressaltou que o povo já chama a torre de Oscar Niemeyer.

A secretária de Turismo, Vanessa Chaves de Mendonça, argumentou que a valorização das obras de gênios como Niemeyer é mais do que justo e um reconhecimento merecido. Ela lamentou, no entanto, que a Torre Digital esteja fechada nos últimos anos e que não receba a atenção merecida. A secretária informou que trabalha para criar um centro de atendimento ao turismo, que contará com trabalhos de economia colaborativa no local. Por fim, defendeu Brasília, discordando da frase usada pelo governo Federal, "menos Brasília e mais Brasil". Para ela, tem que ser "mais Brasília, mais Brasil e mais turismo".

Luís Cláudio Alves
Fotos: Silvio Abdon/CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa

 

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