“Não dá para naturalizar a barbárie”, diz Fábio Felix sobre chacina no Jacarezinho
“Não dá para naturalizar a barbárie”, diz Fábio Felix sobre chacina no Jacarezinho
Distrital argumentou que as operações que funcionam são as realizadas “com inteligência e planejamento”, como a ação que apreendeu 117 fuzis na casa de um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, deputado Fábio Felix (PSOL), dedicou seu pronunciamento no plenário da Casa, nesta terça-feira (11), à chacina na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, ocorrida na última semana. Para o distrital, está havendo um recrudescimento da violência policial, em que a população negra é a mais vitimada, e o Estado precisa agir “com mais inteligência e planejamento”.
“Na última quinta, o Brasil assistiu horrorizado a cenas da maior chacina já vista no Rio de Janeiro protagonizada pelas forças de segurança pública, em especial pela Polícia Civil do estado. Dos 29 mortos na operação, 28 são civis. E pelos menos 13 não tinham qualquer relação com a ação”, afirmou Felix. Na opinião do distrital, a operação foi ilegal, considerando que o Supremo restringiu, desde junho passado, as operações policiais em favelas a situações excepcionais. “O Ministério Público do Rio só foi notificado depois do início da ação”, completou.
Fábio Felix lamentou, também, “a tentativa de naturalizar a barbárie, especialmente por partes da direita radical”. E destacou que as operações que funcionam são as realizadas “com inteligência e planejamento”, dando como exemplo a ação que apreendeu 117 fuzis na casa de um amigo de Ronnie Lessa, um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco. “Naquela ocasião, não foi registrada nenhuma morte”, salientou.
Denise Caputo - Agência CLDF