Ulysses diz que só se faz manutenção onde os cemitérios dão lucro
Ulysses diz que só se faz manutenção onde os cemitérios dão lucro

A "visita surpresa" é a segunda feita esta semana por integrantes da comissão, que estiveram na última quarta-feira (02) no Cemitério de Taguatinga.
Depois de mais de uma hora de visita, o deputado Rogério Ulysses (PSB), presidente da CPI, concluiu que só há manutenção e cuidado com a infra-estrutura nos cemitérios que dão lucro.
No caso de Sobradinho, onde os denominados sepultamentos sociais representam uma média de 45 por mês, os cuidados são escassos.
Fotos feitas com antecedência no local, por um fotógrafo da CPI, demonstrou que o mato e a grama alcançavam mais de meio metro de altura há poucos dias, mas estavam hoje recém-aparados. "Esta é uma evidência de que foi providenciada uma rápida maquiagem", observou Ulysses, afirmando, ainda, que a praxe é conservar apenas as partes novas dos cemitérios, relegando a parte velha ao abandono.
Foi o que confirmou a Dª Maria Oliveira, que visitava a cova rasa onde seu marido estava enterrado, quando foi abordada pelos deputados.
"O local vive abandonado, só no matão", disse ela, que contou também aos membros da CPI a tristeza que sentiu ao saber que outro corpo havia sido sepultado no mesmo local onde, poucos dias antes, havia sido enterrado o marido. Nas covas destinadas aos enterros sociais podem ser enterrados até três corpos, separados apenas por uma camada de terra.
Preços abusivos - Inicialmente, os deputados colheram informações na administração do cemitério a respeito dos preços para os diversos serviços oferecidos. A taxa de sepultamento é de apenas R$ 36,00, mas a ela se agregam sucessivos custos, como placa de identificação de bronze, castiçal e locação de capela, entre outros, que podem elevar o preço para além de R$ 3.
000,00, que somente podem ser parcelados se quem for pagar não tiver restrições cadastrais."Os preços são abusivos e têm de ser reduzidos", afirmou o deputado Reguffe (PDT), autor do requerimento que viabilizou a CPI. Para ele, têm de ser investigados não apenas os preços praticados pelos cemitérios como também o das funerárias e dos jardineiros particulares que fazem a manutenção dos túmulos.
A deputada Erika Kokay (PT) revelou especial preocupação com a reutilização das áreas onde são realizadas os enterros sociais, após os cinco anos determinados pela lei, e naqueles cujo arrendamento não foi renovado.
Os empregados da empresa responsável afirmaram que, por dispor de espaço suficiente, o cemitério de Sobradinho não faz reutilização da área.
A próxima reunião da CPI dos Cemitérios está agendada para as 9h30 da quinta-feira, 10.
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