Publicador de Conteúdos e Mídias

Sob críticas, CPI dos Cemitérios adia relatório final

Publicado em 11/09/2008 12h24
A votação do relatório final da CPI dos Cemitérios, que deveria ocorrer na reunião de hoje (11), foi adiada para a próxima terça (16) a pedido da deputada Erika Kokay (PT). A petista solicitou vistas do relatório por considerá-lo incompleto. "O relatório é reducionista, não expressa a gravidade da situação", criticou.

Segundo Kokay a conclusão dos trabalhos é precipitada. "Ainda temos tempo regimental para continuar as investigações. Temos várias oitivas aprovadas e não realizadas, como a do Gustavo Ribeiro, secretário na época da realização da licitação. O relator disse que não vai indiciar quem não foi ouvido, mas a própria CPI decide não ouvir mais ninguém", afirmou. Questionada sobre as razões para o encerramento das investigações, a deputada foi enfática: "ao que tudo indica houve orientação do GDF, quem sabe do próprio governador, para proteger o Moacir Pinto (administrador da Campo da Esperança) e integrantes do governo. Retiraram várias sugestões de indiciamento que constavam no relatório prévio.
 Sepultaram a CPI em ossários clandestinos".

A deputada informou ainda que vai preparar um voto em separado, espécie de manifestação alternativa ao voto do relator, que será encaminhado ao Ministério Público junto com o relatório final. Por sua vez, o presidente da CPI, Rogério Ulysses (PSB), procurou justificar a conclusão dos trabalhos da comissão. "O setor funerário nunca foi tão investigado e, além disso, a CPI não é um fim em si mesmo. As nossas investigações servirão de base para o Ministério Público apurar e levar o processo adiante", afirmou. Questionado sobre a sua posição em relação a um possível rompimento de contrato com a Campo da Esperança, Ulysses foi cauteloso. "Acredito que esse foi um péssimo negócio para o Distrito Federal, mas temos que ter cuidado, pois tenho o receio de que essa empresa possa conseguir uma indenização milionária por quebra de contrato", alertou. A deputada Erika Kokay discorda: "não cabe indenização à empresa que descumpre a lei de licitações".

:

Mais cedo, antes mesmo da reunião, o deputado Reguffe (PDT), autor da proposta de criação da comissão, renunciou ao cargo na CPI por discordar da retirada de nomes sugeridos para indiciamento e da conclusão dos trabalhos antes do encerramento das investigações.

Mais notícias sobre