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A Câmara legislativa realizou sessão solene na manhã desta segunda-feira (26) em homenagem ao Dia do Profissional de Educação Física, comemorado em 1º de setembro. O autor da iniciativa, deputado Jorge Vianna (PSD), abordou os desafios da categoria e defendeu a sua valorização, destacando que os educadores físicos são hoje reconhecidos como profissionais de saúde. “Não há diferença entre o educador físico e o médico. O objetivo e sentido é o mesmo: cuidar do próximo”, afirmou.

De acordo com Vianna, os educadores físicos, mesmo sendo “os principais promotores da prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida”, não contam com piso salarial e nem sempre recebem auxílio transporte o que, segundo ele, é ilegal. “É preciso melhorar as condições de trabalho, o salário, e dar dignidade aos trabalhadores”, ressaltou. O deputado defendeu que eles sejam tratados com o título de doutor, como os outros profissionais de saúde, e que tenham direito ao adicional de periculosidade ou insalubridade.

O presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Física do Distrito Federal, Lázaro Barroso, agradeceu a homenagem e destacou que a categoria necessita de reconhecimento como área de saúde. Ele contou que os profissionais normalmente ganham por hora (R$ 10,50) e que “quase nunca é pago o vale transporte”.

Segundo a presidente do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região (Distrito Federal), Nicole Azevedo, a categoria é nova e enfrenta muitos desafios, embora sua importância esteja sendo reconhecida. “Se viu que o profissional de educação física é importantíssimo para a qualidade de vida, para a manutenção da saúde da população, para o desenvolvimento motor da criança. Temos um universo de atuação e relevância muito grande”, destacou. Ainda de acordo com ela, o DF conta com 16 mil educadores físicos, cerca de 10% dos registrados no país.

“A gente tem como dever combater o sedentarismo, as doenças não transmissíveis, o diabetes, a hipertensão. Nós podemos interferir diretamente na vida das pessoas”, enfatizou.

O coordenador de Educação Física da Uniceplac, Edilson Francisco, destacou o papel desses profissionais no cuidado das pessoas com deficiência. “Os estudantes com deficiência - síndrome de down, transtornos globais de desenvolvimento, transtorno do espectro autista, altas habilidade - têm o direito a receber um atendimento educacional especializado, voltado para a remoção de barreiras que impeçam a sua aprendizagem em condição de qualidade no ambiente escolar ou não”, afirmou.

A personal trainer e digital influencer Débora Mirtes relatou que a rotina desses profissionais é “bem exaustiva” em comparação ao salário. Para ela, a grande recompensa é poder ajudar os pacientes e alunos: “A gente poder curar depressão, curar ansiedade, mudar realmente a vida da pessoa por completo através da atividade física”. Ela ressaltou a necessidade de haver educadores físicos nas “academias de rua”, os chamados Pontos de Encontro Comunitários. “Seria uma forma de valorizar o profissional e também ajudar a população”, sugeriu.

Projetos em tramitação

Jorge Vianna destacou dois projetos de lei de sua autoria em benefício dos profissionais homenageados: o PL 2482/2022, que cria o Dia do Profissional de Educação Física - Personal Trainer, a ser comemorado anualmente no dia 29 de agosto; e o PL 882/2020, que institui o Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos.

“Quero trazer vocês à Secretaria de Saúde, para que atuem nas Unidades Básicas de Saúde”, afirmou. Para tanto, haveria concurso público e convênio com academias a fim de possibilitar a mensalidade social.

Ao fim da solenidade, o distrital entregou moções de louvor a representantes da categoria, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à população do DF.