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Distritais se solidarizam com famílias de vítimas de Suzano (SP)

Publicado em 13/03/2019 13h57

A tragédia na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), onde estudantes e funcionários foram assassinados por dois ex-alunos do estabelecimento, foi o tema dos pronunciamentos dos líderes partidários na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta quarta-feira (13). Todos lamentaram o ocorrido e se solidarizaram com as famílias, professores e amigos das vítimas.

"O Brasil está estarrecido com o acontecido em São Paulo, com a barbaridade que foi este evento", afirmou o deputado Chico Vigilante (PT). Ele destacou o "ato heroico" de Silmara Cristina Silva de Moraes, merendeira da escola, que salvou dezenas de alunos. "Queremos destacar esse ato de bravura e convidar para uma reflexão acerca do acesso às armas, medida que vem sendo estimulada pelo presidente da república", ponderou.

Para Leandro Grass (Rede), o fato de envolver crianças e adolescentes torna ainda mais grave a tragédia: "O ciclo da vida é interrompido de uma maneira brutal". O parlamentar também criticou a tese armamentista. "Mais armas é igual a mais mortes", considerou. Para eles, os políticos que trazem à tona esse discurso "sustentam seu projeto político pela morte e não pela vida".

Falando pelo Bloco da Minoria, Fábio Felix (PSOL), elencou duas possíveis causas para o problema: a cultura do ódio e da violência, que impossibilita o diálogo e privilegia a arma; e o bullying, especialmente por orientação sexual. "É importante que haja prevenção. A escola deve ser um espaço de formação da juventude. Além disso, as casas legislativas de todo o País precisam fazer uma reflexão sobre qual é a política de armas que queremos", argumentou.

A deputada Júlia Lucy (Novo) defendeu uma discussão mais profunda sobre a questão. Ela lembrou as vítimas e disse que "resta uma dor irreparável". Mas, considerou que "quem mata não é a arma, mas quem puxa o gatilho". Para ela, o problema é estrutural: "Quem mata já ia mesmo cometer o crime".

Por sua vez, Martins Machado (PRB), líder do Bloco DF Acima de Tudo, observou que, mais uma vez, o Brasil fica aterrorizado diante de um massacre. O parlamentar pediu atenção dos colegas a um projeto de lei de autoria do ex-deputado distrital Julio Cesar, que prevê a instalação de detectores de metais nas escolas do DF. "Alguns podem questionar o custo da medida, mas a vida tem de ser preservada", justificou.

Chacina - "O comportamento violento não é natural, é construído culturalmente. E o momento histórico atual favorece esse tipo de comportamento. Os professores têm sido considerados inimigos, e as escolas, repudiadas por fazerem as pessoas pensarem", afirmou a deputada Arlete Sampaio (PT). Ainda segundo a distrital, a atitude de autoridades que estimulam o armamentismo contribui para o crescimento dos casos de violência. "Não dá para substituir o 'pátria amada' por 'pátria armada'. Queremos mais livros e menos armas, mais escolas e menos prisões", concluiu.

Já o deputado Hermeto (PHS), ao lamentar a tragédia, afirmou não ser possível culpar as armas pelo ocorrido. Ele também criticou qualquer associação com a defesa da posse de armas feita pelo presidente Jair Bolsonaro. "Porque o presidente faz arma com o dedo não tem nada a ver. Essa tragédia poderia acontecer em qualquer governo", disse.

O deputado Daniel Donizet (PSL) seguiu a mesma linha do colega: "O ocorrido não tem nada a ver com governo ou com porte de armas". Assim como Hermeto, o pesselista defendeu que, se a escola fosse militar, os envolvidos não teriam entrado armados na instituição.

Denise Caputo e Marco Túlio Alencar
Fotos: Fabrício Veloso e Fábio Rivas/CLDF
Comunicação Social – Câmara Legislativa

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