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Os quatro convocados que depuseram hoje na CPI dos Cemitérios foram unânimes em confirmar as denúncias, encaminhadas à comissão, de violação de túmulos antes de vencido o prazo de arrendamento. Os deputados optaram, no início da reunião, por ouvir os depoentes juntos, por sugestão do deputado Reguffe (PDT), autor do requerimento de convocação.

Patrícia Marinho Sena e seu marido Élio Bastos Sena, residentes em Samambaia, disseram-se inconformados com a transferência dos restos mortais de seu filho Tiago Henrique Sena, morto em 1996, para um ossário, sem terem sido cientificados.
 O arrendamento do túmulo era válido até 2011. Patrícia constatou o fato na visita feita ao cemitério de Taguatinga, no dia 27 de outubro ano passado, quando foi preparar o túmulo do filho para a visita de finados. Tanto ela quanto o marido procuraram a administração, onde foram informados de que a remoção havia sido publicada no Diário Oficial e tinha por objetivo abrir espaço para novas sepulturas. Inconformados com o que consideraram um abuso, registraram queixa na 17ª Delegacia de Polícia.

Depois de muita peregrinação pelos órgãos responsáveis, sem retorno, Élio e Patrícia procuraram a Ouvidoria da Câmara Legislativa. Após a publicação das denúncias pela imprensa, eles conseguiram que o cemitério de Taguatinga colocasse novo túmulo à disposição da família, onde hoje estão os restos mortais dos dois filhos do casal. Américo Cardoso Bergo, morador da Guariroba, passou pelos mesmos constrangimentos do casal Sena, mas, ao contrário deles, não aceitou o acordo proposto pelo Campo da Esperança. Como tem o título de perpetuidade do túmulo de seu filho, o quer de volta.

Destruição também no Gama - Situação semelhante à dos outros depoentes foi relatada por Josimar Bezerra Cunha, residente no Gama. Na visita anual que fez ao jazigo de sua irmã Delmara Bezerra Cunha, no Dia de Finados do ano passado, constatou que o túmulo de alvenaria fora destruído e os restos mortais transferidos para local não sabido.

O arrendamento do túmulo da irmã, segundo Josimar, fora renovado em junho de 2004 e seria válido até 1010. Embora os funcionários da empresa Campo da Esperança tenham esclarecido que a remoção foi feita após a publicação no Diário Oficial do DF em junho de 2004, não foi mencionado o fato quando o depoente compareceu ao cemitério para fazer a renovação, em dezembro do mesmo ano.
 O fato foi registrado na 20ª Delegacia de Polícia.

Visita ao MP - O presidente da CPI, Rogério Ulysses, informou que audiência com o procurador geral do Ministério Público do DF e Territórios, Leonardo Bandarra, foi marcada para a próxima terça-feira (22), às 10h, no MPDFT. Os deputados da CPI querem cobrar a designação de um promotor daquele órgão para acompanhar todos os passos da CPI.