Publicador de Conteúdos e Mídias

Audiência pública debate maternidade saudável no DF

Publicado em 17/06/2013 15h59

A Câmara Legislativa realizou audiência pública nesta segunda-feira (17) para debater políticas públicas para implementar a maternidade saudável no Distrito Federal. O evento aconteceu no auditório do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). "É importante discutir o tema para que possam ser traçadas as estratégias necessárias ao aperfeiçoamento e à instituição de políticas voltadas às mulheres em sua fase reprodutiva", disse a deputada Arlete Sampaio (PT), autora da iniciativa.

Durante a audiência, a coordenadora de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Maria Ester Vilela,  colocou como desafio o fato de o Brasil estar entre os países com as mais altas taxas de cesárea. Dados de 2011 apontam que 54,5% dos partos no País foram cesarianas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que esse percentual varie entre 15 e 20%, no máximo 25%.

Para Vilela, uma cesárea desnecessária caracteriza um tipo de violência contra a mulher, fruto de um modelo de atenção ao parto e ao nascimento inadequado. "O Ministério da Saúde assume a necessidade de mudança do paradigma de atenção ao parto e ao nascimento, constituindo e fortalecendo uma rede integrada, na qual as mulheres não peregrinem, por conta própria, em busca de uma vaga para terem seus bebês", reconheceu Vilela.

"Mesmo quando chegam às maternidades – 98% dos partos no Brasil são hospitalares, acontecem dentro das maternidades –, as mulheres aguardam de uma forma aleatória por atendimento e, às vezes, vão parir na sala de espera ou perdem o tempo hábil para o seu tipo de atendimento específico", contou. A coordenadora defendeu ser imprescindível a criação de uma comissão permanente para a promoção de políticas que propiciem a maternidade saudável.

Trabalho em rede – Segundo a coordenadora da Articulação de Rede da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Mônica Iassaña Reis, o DF concordou com a política apresentada pelo Ministério da Saúde, sendo importante, em sua opinião, envolver o profissional de saúde no debate.

Nesse sentido, a Coordenação de Rede, conforme explicou Reis, vem promovendo rodas de conversa entre gestores e profissionais da saúde, com o objetivo de implementar boas práticas na hora do parto. A intenção é constituir uma rede para promover práticas de maternidade saudável no DF. Ela destacou a importância do HMIB no desenho dessa rede: "O HMIB será uma referência em atenção materno-infantil de alto risco, contando com seus excelentes profissionais".

Humanização – A presidente da Rede Nacional pela Humanização do Parto e do Nascimento (Rehuna), Daphner Rattner, destacou o abuso da tecnologia e a necessidade de práticas mais humanizadas. 

"Há maternidades que agendam cesarianas como se seguissem uma linha de produção. É preciso estimular os profissionais a refletiram a respeito das práticas e valores embutidos na forma de produção dos cuidados", disse Rattner.   "Precisamos rever a forma de organização da prestação de cuidados à saúde e à doença, com menos intervenções e mais cuidados", finalizou.

*Com informações da Assessoria de Imprensa da deputada Arlete Sampaio (PT)

Mais notícias sobre