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Tratamento de dependentes químicos exige maior participação do governo

Publicado em 29/03/2007 12h52
As entidades sociais que atendem dependentes químicos carecem de legislação e de recursos financeiros que amparem os serviços que prestam. O desabafo foi feito hoje pela presidente da SERVOS - Fazenda do Senhor Jesus, Andréa Ribas de Azevedo, durante sua participação no seminário Panorama da atenção ao dependente químico no Distrito Federal, promovido pela Comissão de Direitos Humanos, com a coordenação do gabinete do deputado Rogério Ulysses (PSB).

Andréa queixou-se das inúmeras exigências fiscais e burocráticas de órgãos públicos, que muitas vezes encaminham pacientes para atendimento nas entidades sociais especializadas, sem qualquer contrapartida ou apoio. "O governo não oferece esse tipo de tratamento e, por isso, deveria dar maior atenção ao trabalho que desenvolvemos", destacou.

O primeiro vice-presidente da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Frebact), Carlos Cezar Soares Batista, destacou os trabalhos desenvolvidos pelas comunidades e grupos de auto-ajuda. Segundo ele, essas instituições, em função do público que atendem, acabam sendo também "excluídas" e não recebem o devido reconhecimento por parte do poder público.

O representante da Coordenação de Saúde Mental do DF (Cosam), Renato Cânfora Castro, reconheceu que o governo não possui uma solução para a questão do atendimento aos dependentes químicos no DF. De acordo com ele, essa realidade deve servir como estímulo e desafio aos profissionais que atuam na área. Ressaltou que a solução pode surgir com a criação de uma rede de atendimento que envolva várias opções de tratamento adaptadas a cada paciente.

O médico Leonardo Moreira, integrante do grupo de trabalho da Cosam, abordou os fatores clínicos da dependência química e apresentou resultados das pesquisas mais recentes. Segundo ele, uma consulta realizada, em 1997, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com 3.

139 estudantes da 5ª série ao 3º ano do segundo grau, constatou que 77,7% dos jovens consomem álcool, 34,9% fumam, 9,2% usam inalantes, 7,1% consomem tranqüilizantes, 6,3% fumam maconha e 1,9% fazem uso de cocaína.

Os debates desta quinta-feira, último dia do seminário, abrangeram os temas Abuso de drogas - família e sociedade como fatores de proteção e atenção ao dependente químico;
Uma visão comunitária dos problemas relacionados ao álcool e às drogas. Desse último tema participaram representantes de grupos comunitários como Narcóticos Anônimos, alcoólicos Anônimos e NAR-ANON, além de familiares de dependentes químicos.

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