Sessão solene comemora os 25 anos do Movimento Nacional de Direitos Humanos
Sessão solene comemora os 25 anos do Movimento Nacional de Direitos Humanos

Erika lembrou, ao abrir a sessão, que "a humanidade é uma só", apesar das "inúmeras diversidades". Falou de seu orgulho por ver a CLDF comemorando os 25 anos "do movimento que luta contra a exclusão, a negação e as dificuldades impostas para que possamos exercer inteiramente a nossa humanidade, sem abrir mão de qualquer de nossos direitos". A deputada fez questão de sublinhar, ainda, que "uma injustiça sempre alimenta uma outra injustiça e a violação de um direito humano implica a violação de todos os direitos humanos".
Todos os oradores abriram seus discursos com uma declaração de solidariedade à parlamentar distrital que está sendo acusada de ter movimentado ilegalmente conta bancária de um ex-funcionário de seu gabinete na Câmara Legislativa. Sem exceção, afirmaram que conhecem a história de Erika Kokay e acreditam que ela esteja sendo "vítima de campanha de difamação por interesses escusos".
O deputado federal Luiz Couto destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo Movimento Nacional dos Direitos Humanos "na formação de pessoas com capacidade de lutar pela vigência efetiva dos direitos humanos em nosso país, eliminando toda a violência e toda e qualquer situação que possa degradar o cidadão".
Perly Cipriano, subsecretário da Presidência da República, por sua vez, desejou ao MNDH uma longa vida, pois, segundo ele, "o movimento é responsável pela criação de uma teia de solidariedade ampla e includente" que possibilita o surgimento de diversas outras entidades de luta pela melhoria da condição humana.
A coordenadora nacional do movimento, Rosiana Pereira Queiroz, não conseguiu conter as lágrimas ao agradecer a homenagem. Lembrou a história do MNDH e reafirmou a luta pela abertura dos arquivos políticos do período da didatura militar no Brasil: "Lutamos para que os segredos desse período venham à tona e que possamos fazer o link entre a geração atual e as gerações passadas". Rosiana convidou todos a participarem - hoje e amanhã - do seminário que está sendo organizado pelo MNDH, com apoio de várias outras entidades e de setores do governo, "na tentativa de estabelecer um diálogo entre o poder público, as universidades e os movimentos sociais, e construir ações e políticas públicas que possam resgatar todos os direitos humanos no nosso país". O seminário estará acontecendo na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC), na 902 Sul.
:Responsável pelo depoimento mais emocionante da sessão, a argentina naturalizada brasileira, Ana Caracoche, coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça do Estado do Espírito Santo, contou sua história de vida pessoal: perseguida pela ditadura argentina, esteve desaparecida, foi vítima de torturas e teve dois de seus filhos "desaparecidos" por mais de oito anos. Agradecida por ter conseguido recuperar os filhos, Ana Caracoche lembrou que das 400 crianças argentinas, que foram tiradas de seus país naquele período, apenas 88 foram reencontradas. "Nosso trabalho hoje é para garantir que a democracia seja constante. Não podemos deixar que se repitam erros históricos", afirmou.
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Para encerrar a sessão, Ana Caracoche, de violão em punho, lembrou Mercedes Sosa cantando "Gracias a la vida", de Violeta Parra.
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