Homenagem a policiais de custódia mostra união da categoria em luta pela paridade salarial
Homenagem a policiais de custódia mostra união da categoria em luta pela paridade salarial
Foto: Hélio Pereira/Divulgação
O presidente da CLDF, deputado Wellington Luiz, ressaltou que o momento é de a categoria permanecer unida, pois "estamos muito perto de ter novamente a equiparação com a Polícia Federal"
A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou sessão solene durante a noite desta segunda-feira (19) com objetivo de render homenagem ao Dia do Policial de Custódia. O evento ocorreu por iniciativa do deputado Wellington Luiz (MDB), presidente da CLDF, reuniu autoridades e dirigentes públicos com origem no movimento sindical e demonstrou a união da categoria na luta pela paridade salarial da Polícia Civil com a Polícia Federal.
O deputado iniciou registrando a importância da categoria para as atividades da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). “Não há como falar da história da PCDF sem falar do agente policial de custódia, o antigo agente penitenciário. Muitas ou praticamente todas as conquistas [das nossas carreiras] passaram pelo sistema penitenciário. Bastava que qualquer governante sentava-se para conversar. Não é justo, nós policiais, independente da carreira, não reconhecermos o valor dessa categoria. Foi uma luta nossa e minha enquanto presidente do sindicato para que vocês voltassem para a casa de vocês que a PCDF”, declarou Wellington, lembrando sua história como liderança sindical.
Luta pela paridade e união
O presidente da Câmara Legislativa também defendeu a luta dos policiais pela equiparação de salários com a Polícia Federal. “A homenagem é bonita, de coração, mas ainda é pequena diante de tudo que vocês fizeram pela Polícia Civil e pela sociedade. Não tem função mais difícil do que a do agente policial de custódia, tanto que o desgaste é muito grande. Precisamos continuar unidos neste momento extremamente delicado porque estamos muito perto de ter novamente a equiparação com a Polícia Federal. Não podemos errar. O que tem que ser feito está sendo feito pela PCDF através da nossa direção, pelo secretário de Segurança, Sandro Avelar, pela Secretaria de Economia e pelo nosso sindicato, que são os legítimos representantes da nossa categoria. Na hora que estiver com o governo federal eu que vou fazer isso porque eu sou o presidente da Câmara, tenho obrigação de fazer isso, sou policial civil e sou o presidente do MDB. Temos todas as condições de trabalhar juntos pela nossa paridade e estamos muito perto de voltarmos a ser o que éramos antes”, afirmou Wellington Luiz.
A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia da PCDF (Sindepo), Claudia Alcântara falou sobre a união e a representatividade dos diversos cargos na luta pela paridade. “É sempre importante a gente ter essa representação. Hoje a gente vê que na Polícia Civil cada cargo tem o seu representante. Temos o fórum das entidades e ali congregamos todos os representantes dos cargos. Quando o interesse é comum, nós lutamos pelo interesse de todos os colegas. Estamos brigando de mãos dadas pela nossa paridade. Sinpol e Sindepo estão unidos, trabalhando por todos os cargos, sempre em prol da PCDF. Sempre fomos a melhor polícia civil, mas hoje não temos o melhor salário enquanto policiais e precisamos retomar isso”, assegurou Claudia Alcântara.
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol), Enoque Venâncio de Freitas, reforçou a importância da mobilização e união da categoria. “Faço aqui uma convocação para a assembleia da nossa categoria. Esse poder de mobilização vai fazer com que os governantes notem e vejam o quanto a categoria policial civil unida é forte. Nossos dois sindicatos estão trabalhando juntos e somos bem recebidos pela direção da Polícia Civil. Devo frisar que a proposta colocada hoje está sendo tratada primeiro com o GDF, que é o caminho certo, está sendo costurada graças à atuação do deputado Wellington, da deputada Doutora Jane e demais deputados ligados à base do governo, inclusive o deputado [federal] Rafael Prudente. Por isso vejo que esse ano está muito mais fácil em alcançar o sucesso”, declarou Enoque.
Já o presidente da Associação Geral dos Servidores da Polícia Civil do Distrito Federal (Agepol), Reynaldo Martins, foi mais um a falar sobre a união das categorias. “O mais importante é a união. Aqui a gente não tem mais cargo ou função, o foco aqui é a união”, enfatizou Reynaldo.
Conjuntura favorável
O secretário de Segurança do Distrito Federal, Sandro Avelar, disse que a PCDF conta com um cenário diferenciado.
“A Polícia Civil é uma instituição muito abençoada porque congrega pessoas que buscam trabalhar conjuntamente por objetivos comuns. E vocês têm hoje aqui sentado na presidência dessa Casa uma pessoa que, pela primeira vez na história, foi eleito com unanimidade de votos. E não foi uma só vez, foram duas. Vocês têm que se orgulhar muito disso. E todos nós que estamos aqui viemos do movimento classista. E isso aumenta nossa responsabilidade porque agora temos uma luta justa a ser travada. Então vocês têm uma conjuntura muito favorável. A gente tem muitas brigas boas para pegar e temos que fazer isso juntos. A isonomia com a Polícia Federal, que todos nós estamos buscando e haveremos de conseguir reestabelecer, é devida porque a PCDF e PF têm a mesma origem no antigo Departamento Federal de Segurança Pública. E tradicionalmente sempre houve esse equilíbrio salarial, que em determinado momento isso se perdeu, mas está sendo reconstruído e há toda uma boa-vontade do governo no sentido de atender isso. Temos que saber que não é fácil porque envolve orçamento e outras categorias, mas é uma construção que está sendo feita. O pleito é justo e acredito que vamos conseguir”, sentenciou o secretário.
Já o delegado-geral de Polícia Civil do Distrito Federal, José Werick, valorizou o trabalho realizado por todo policial agente de custódia. “Vocês representam o trabalho muitas vezes invisível, mas fundamental para o sistema de justiça criminal. Vocês representam uma ponte de garantia de direitos daqueles que retiraram direitos aqui fora. Por isso, é muito merecida essa homenagem. Agora estamos prontos para lançar o edital [do novo concurso para agente policial de custódia] e serão 50 vagas imediatas e mais 50 do cadastro de reserva. Tudo visando fortalecer a carreira de agente de custódia que não pode simplesmente ser esquecida ou extinta porque houve uma remodelação de suas atribuições. O trabalho que vocês fazem é um dos mais importantes do país”, disse Werick.
Ele também se expressou sobre as demandas das categorias. “Todas as demandas foram respondidas e encaminhadas com a tecnicidade que se exige e com o compromisso que se exige, olhando para questão orçamentária-financeira”, asseverou o delegado-geral.
O presidente da Associação dos Agentes Policiais de Custódia da PCDF, Fabrício Gildino falou do simbolismo da homenagem. “Digo a todos vocês que se sintam valorizados, acolhidos e respeitados porque hoje o dia é de vocês. Essa solenidade é uma forma de resgatar a história do convívio [entre nós] e demonstrarmos de uma maneira institucional. Cada um é merecedor de estar aqui pelo bem que fizeram em sua carreira”, expressou Gildino.
O presidente emérito da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol Brasil), Paulo Roberto de Almeida, que tem 56 anos de atividade policial, fez seu pronunciamento para agradecer a deferência. “O que alimenta e ilumina minha vida é o amor que tenho pela minha família, por Deus e pelos meus amigos policiais”, disse Paulo.
Benito Tiezzi, delegado-geral adjunto da Polícia Civil do Distrito Federal, asseverou a relevância da carreira para a PCDF. “É uma carreira fundamental. A polícia não funciona sem vocês”, garantiu Tiezzi.
Ao fim da solenidade, foram entregues honrarias a personalidades que se destacaram em prol da carreira de Agente Policial de Custódia da Polícia Civil do Distrito Federal.
Francisco Espínola - Agência CLDF