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Gerente de necrópoles do DF admite que setor é pouco fiscalizado

Publicado em 29/05/2008 15h44
Depois de ouvir por quase uma hora e meia o gerente de Necrópoles do DF, João dos Santos Horvath Júnior, o deputado Rogério Ulysses (PSB), presidente da CPI dos Cemitérios, afirmou que ou existe incompetência ou conivência em relação à fiscalização do setor.
 Ulysses afirmou que há elementos para justificar uma intervenção do governo do DF e a implantação de um novo modelo de gestão.

O deputado mostrou-se otimista com a determinação feita pelo governador Arruda à Corregedoria do DF, no sentido de avaliar, em 10 dias, se é possível denunciar o contrato que transferiu a administração dos cemitérios do DF à empresa Campo da Esperança, em face das sucessivas denúncias de crimes e irregularidades que vêm sendo divulgadas pela comissão.

O depoente ocupa o cargo desde maio de 2007, mas disse que só a partir do mês de outubro  pôde iniciar um trabalho regular de fiscalização. Explicou que a gerência mantém seis fiscais fixos nos cemitérios e outros seis móveis, que fazem um relatório diário de qualquer evento anormal constatado por eles. Dependendo da irregularidade, Horvath disse que fazem até fotos, para instruir os processos de natureza punitiva.
 Respondendo a pergunta da deputada Erika Kokay (PT), o gerente das Necrópoles disse que o repasse do percentual de 6% do faturamento da empresa devido ao GDF gira em torno de R$ 62 a R$ 65 mil por mês, mas que nunca foi feita uma auditoria nesses valores para verificar se os valores pagos estão corretos e se há sonegação.

Insistindo no fato de que existem falhas no setor, mas que se pode melhorar, o depoente mencionou várias iniciativas que vêm sendo feitas, entre elas, o projeto básico do edital de licitação para as funerárias, que acabou sendo suspenso para o cumprimento de exigências por parte da Procuradoria Geral e do Tribunal de Contas do DF. Horvath esclareceu que trabalha tecnicamente, mas que ainda assim ele e sua família têm sido alvos de ameaças e intimidações e que chegou a ir à polícia. Segundo o gerente, ele sabe de muitas coisas, desde a produção de caixões em fundo de quintal até a presença de empregados das funerárias assediando hospitais e cartórios.

Na expectativa de aprofundar as informações, os deputados presentes à CPI - Rogério Ulysses (PSB), presidente, Erika Kokay (PT), Benício Tavares (PMDB) e Reguffe (PDT) - concordaram em dar caráter reservado à oitiva. O deputado Brunelli (DEM) não compareceu, mas justificou sua ausência por estar acompanhando uma audiência de servidores da Novacap no TRT.

  

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