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"A questão ambiental não é perfumaria, é econômica", diz Souto Maior, do Brasília Ambiental.

Publicado em 21/08/2007 13h40
Em conferência sobre o meio ambiente realizada no auditório da Câmara, o presidente do Instituto Brasília Ambiental - órgão gestor da política ambiental do DF -, Gustavo Souto Maior Salgado, falou sobre a dificuldade de inserir a questão ambiental nas políticas públicas. "Ainda não caiu a ficha que a questão ambiental não é perfumaria, é econômica", afirmou.

Ele detalhou que não faltam projetos, pesquisas e planejamento sobre aspectos urbanísticos e ambientais, mas sim recursos financeiros e humanos. "Até há pouco tempo, os recursos para a questão ambiental eram menores que os destinados ao gabinete do governador, e para cada técnico da área afim concursado existiam 15 comissionados", revelou. "Não é possível trabalhar assim", desabafou.

O lixo está entre os principais problemas ambientais do DF, de acordo com Souto Maior. Ele citou que até hoje não há gerenciamento adequado para os resíduos sólidos. "O Lixão da Estrutural é uma vergonha para a capital da República", afirmou. A esse respeito, ele disse que já existe a decisão de desativar o Lixão da Estrutural. Souto Maior apontou ainda, como sérios desafios do DF, o abastecimento d'água e as unidades de conservação, que, segundo ele, não cumprem a função para as quais foram criadas.

Punição - O deputado federal, Bispo Rodovalho (DEM/DF), que é membro da Comissão do Meio Ambiente da Câmara Federal, defendeu a punição para aqueles que descumprirem as leis de proteção ambiental. Ele citou, durante a conferência, a recente proposta de penalizar as indústrias que não tratarem seus passivos ambientais. Segundo levantamento sobre a Realidade da Contaminação Ambiental no Brasil, há mais de 22 mil áreas contaminadas no País. "Destas, 36 estão no DF, e nenhuma está em situação de recuperação ambiental", relatou. Rodoalho citou ainda que, entre os agentes de contaminação no DF, estão 18 postos de gasolina. "É preciso tratar os resíduos, como óleo diesel e gasolina, e não simplesmente enviá-los para o esgoto", afirmou.

A conferência, que prossegue hoje à tarde no auditório da Casa, deverá elaborar e aprovar uma Carta de Recomendação.

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