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O dono da construtora Gautama, Zuleido Veras, usou hoje, na sede da Polícia Federal, em Salvador (BA), a mesma estratégia usada ontem, em Maceió (AL), pela diretora comercial da empresa, Maria de Fátima Palmeira. Permaneceu em silêncio diante de integrantes da CPI da Gautama, que viajaram ao Nordeste especialmente para inquiri-los a respeito de irregularidades no repasse de recursos para as obras da Barragem do Rio Preto.

O deputado Bispo Renato (PR), presidente da CPI, em companhia dos deputados Brunelli (DEM), relator, e Cabo Patrício (PT), viajaram de Maceió para Salvador ontem mesmo, especialmente para tomar hoje o depoimento de Zuleido Veras, além de dois funcionários da Construtora Gautama, Florêncio Brito Vieira e Gil Jacó Carvalho. Zuleido é considerado o principal personagem dos fatos flagrados pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Assim como fez Fátima Palmeira, Zuleido compareceu à sede da PF em Salvador munido de um habeas corpus preventivo e acompanhado de advogado.
 Usou o direito constitucional de ficar calado perante a comissão, assim como o funcionário Gil Jacó Carvalho, que se negou a responder aos questionamentos da CPI. O único a falar foi Florêncio Brito Vieira.
 O presidente da CPI, deputado Bispo Renato (PR) disse hoje, por telefone, que mesmo com o silêncio de Zuleido Veras e de Gil Jacó, a viagem ao Nordeste foi produtiva, pois os questionamentos feitos e a recusa em responder aos integrantes da CPI serão mencionados no relatório da comissão, o que poderá pesar contra os interrogados.

Bispo Renato informou, ainda, que o Ministério Público, ao contrário do que fez em relação à Fátima Palmeira, não ofereceu a Zuleido os benefícios da delação premiada. Acrescentou que os integrantes da CPI e a equipe de apoio que viajou a Maceió e a Salvador retornarão ainda hoje a Brasília.

Em razão das viagens, a reunião ordinária da comissão, que seria realizada ontem,  foi transferida para o dia 6 de maio, terça-feira que vem, a partir das 9h30, em caráter extraordinário.