Uso racional da água é tema de debate na Câmara Legislativa
Uso racional da água é tema de debate na Câmara Legislativa

A defesa de medidas para garantir o uso racional do DF, com a preservação das nossas bacias hidrográficas, foi consenso entre os participantes da audiência pública que a Câmara Legislativa na manhã desta terça-feira (10), no auditório da Câmara Legislativa. A iniciativa do debate foi da deputada Liliane Roriz (PRTB), vice-presidente da Casa. A discussão da gestão dos recursos hídricos do DF atraiu dezenas de representantes de órgãos governamentais, além de estudantes, produtores rurais e caravanas de moradores de cidades do DF e núcleos rurais.
Ao abrir o debate, Liliane Roriz enfatizou preocupação no sentido de que o DF não sofra tanto com a escassez de água potável, como acontece agora com outras unidades da federação. "Se a média do consumo de água continuar aumentando, poderemos chegar ao ponto de em 2040 não termos água suficiente para população", alertou a distrital, comentando ainda os efeitos complicadores do aumento acelerado da população local. "Hoje temos um consumo médio de cerca de 190 litros de água, diariamente - o que é muito alto", comentou.
O presidente da Agência Reguladora de Àguas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa), Vinícius Benevides, defendeu que a conscientização da população sobre o uso adequado da água, tanto para o consumo como para outras atividades econômicas, é um desafio a ser alcançado pelos gestores públicos. E explicou que aquela agência vem se articulando para realizar ações conjuntas para evitar que o DF enfrente uma situação de crise. "Nos últimos meses, tivermos uma média de chuvas menor do que nos anos anteriores. O sinal de alerta foi ligado", ponderou.
"Será que vamos chegar à situação que São Paulo está passando?". A provocação foi feita pelo secretário de Agricultura do DF, José Guilherme Leal, ao defender que a resposta correta para aquela questão irá depender das "atitudes" dos consumidores, como também das medidas de proteção dos nossos mananciais hídricos, como a preservação das nascentes e dos rios. "Precisamos também de uma irrigação mais eficiente", pregou, referindo-se à produção agrícola no DF.
Reservatórios - Ao ressaltar que o consumo per capita de água no DF vem se reduzindo nos últimos meses, o presidente da Caesb, Maurício Leite, pregou a necessidade de os moradores continuarem evitando desperdícios no uso da água. Disse ainda que "o uso e a ocupação irregular do solo, de forma desordenada, vem prejudicando também a captação, penalizando as nascentes dos rios". Explicou, contudo, que o nível atual de água dos nossos principais reservatórios está bem alto, em virtude do atual período chuvoso.
O alto consumo de água no DF, que chega a 1,7 milhão de litros por ano, foi ressaltado pelo secretário do Meio Ambiente do DF, André Lima, como um fator de preocupação para que os órgãos ambientais garantam, como um sistema, maior disponibilidade de água nos próximos anos. Já o presidente do Comitê de Bacias do Lago Paranoá e pesquisador da Embrapa Cerrados, Jorge Werneck, destacou a relevância da criação dos comitês de bacias para a busca de medidas de proteção dos nossos mananciais hídricos.
Na parte final da audiência pública, ocupantes de áreas rurais reclamaram da contaminação de alguns córregos e criticaram as deficiências na fiscalização pelos órgãos ambientais. Representantes de associações de moradores manifestaram apoio às campanhas educativas para se estimular a redução do consumo de água.
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