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Trabalhadores rurais protestam e anunciam mais ocupações de latifúndios

Publicado em 17/04/2015 09h23

A sessão solene que a Câmara Legislativa realizou na manhã desta sexta-feira (17), no auditório, para comemorar o Dia de Luta Nacional Pela Reforma Agrária, foi marcada por muitos protestos dos trabalhadores rurais e militantes ligados aos movimentos sociais. Eles se manifestaram com muitas palavras de ordens contra a expansão do agronegócio e em defesa de maior celeridade no processo de avanço da reforma agrária, em todo o País. O evento foi uma iniciativa do deputado Wasny de Roure (PT).

"Mais do que comemoração, é preciso aproveitar esse dia para fazermos uma avaliação sobre os avanços do movimento em defesa da reforma agrária Temos que lutar por uma agenda e uma pauta, a ser construída gradativamente, dentro desse processo, que é complexo", defendeu o parlamentar. "É uma luta com muitos sonhos", definiu.

"Vamos avançar na nossa luta. E iremos fazer 168 invasões de latifúndios, de norte a sul do País, nos próximos dias". O anúncio, exaltado, foi feito pelo diretor nacional do Movimento dos Sem Terra (MST), Geraldo Gasparian, depois de criticar "a expansão do modelo do agronegócio".  Ele lembrou que em, 2014, houve no País a morte de 36 lideranças do movimento, em 1018 conflitos, que envolveram cerca de 600 pessoas.

O coordenador do Movimento Brasileiro dos Sem Terra (MBST), Manuel da Conceição, enfatizou em seu discurso a necessidade de o governo "combater a grilagem de terras", garantindo também a distribuição de terras aos trabalhadores rurais. "Nós vamos para cima.  E só vamos abandonar as terras que são do povo se for para baixo dela. Fora, nunca" pregou, sob aplausos dos participantes.

A solidariedade da Igreja Católica, especialmente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), à luta do movimento dos trabalhadores sem-terra foi enfatizada pelo padre Ernane Pinheiro, representante da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).  Ele lembrou o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, na data em que é comemorado o Dia Nacional de Luta da Reforma Agrária. Lamentou também o fato de a violência no campo ainda registrar crescimento, nos últimos anos. "Precisamos de uma verdadeira reforma agrária e de uma nova política agrícola", exortou.

Terceirização - O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rodrigo Rodrigues, fez um discurso de defesa do atual governo federal, denunciando que a luta dos trabalhadores rurais pela reforma agrária está ameaçada "pela tentativa de terceiro turno das eleições". Ele criticou também o projeto de regulamentação da terceirização no Congresso Nacional, afirmando que os trabalhadores rurais serão prejudicados caso ele seja aprovado. "É muito baixo o número de trabalhadores do campo com carteira assinada", alertou.

 

 

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