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Situação do Instituto de Saúde Mental é debatida em audiência pública

Publicado em 29/04/2009 14h40
O Instituto de Saúde Mental do Distrito Federal  - ISM/DF não vem cumprindo o papel para o qual foi criado nem se ajustado às novas concepções preconizadas pelo Ministério da Saúde, no tocante à assistência à saúde mental. Esse foi o entendimento que emergiu das exposições e dos debates promovidos pelo gabinete da deputada Erika Kokay (PT), com especialistas e interessados, a fim de recolher contribuições para a superação das dificuldades com que o ISM/DF vem lidando.

Para a deputada, o Instituto de Saúde Mental, que já tem mais de duas décadas de existência, nasceu com a lógica do compromisso com a saúde mental, mas com o passar dos anos vem apresentando resultados cada vez mais precários. Com isso, além de manter uma situação vexatória em relação ao resto do país, vem concorrendo para impor sofrimentos desnecessários a seus usuários.

A psicóloga do ISM/DF, Maria de Fátima Novaes Gondim, concordou que o trabalho psicossocial proporcionado pelo Instituto decaiu muito.
 Salientou, ainda, que as mudanças só vem ocorrendo com muita luta e também com muitas acusações, que fornecem razões de sobra para tornar o debate sobre a situação do órgão não apenas necessário, mas urgente.

Organizados em associação - a ASSUME -, os usuários de saúde mental, representados pelo seu diretor, Marconi Fialho Rêgo, reforçou o entendimento de que as limitações são grandes, representadas pelas dificuldades na marcação de consultas e até pela falta de medicamentos. Desde 1993 os serviços do Instituto de Saúde vêm caindo, afirmou.

Já o diretor do Instituto de Saúde Mental, Mails Forest, é de opinião que "não existem situações perfeitas". Mas reconheceu que há falta de cobertura e que se impõe a implantação de um novo modelo de tratamento psiquiátrico mais abrangente, compatível com as demandas e as novas diretrizes do Ministério da Saúde. Essa é, segundo ele, a fase inicial de um novo desafio.

 José Alves Ribeiro, artesão do Grupo de Amigos do São Vicente de Paula, considera que as dificuldades relatadas pelos colegas, especialmente no tocante a consultas, fornecimento de laudos e medicamentos, apontam apenas numa direção: a necessidade de ampliar o atendimento do hospital, que hoje responde por 50% das consultas psiquiátricas da rede.

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