Morte de operários na construção de Brasília está em filme que abre mostra sobre direitos humanos na CLDF
Morte de operários na construção de Brasília está em filme que abre mostra sobre direitos humanos na CLDF

O massacre de operários na Vila Planalto, em 1959, é um episódio sombrio da construção de Brasília. O assunto está no documentário Brasília, segundo Feldman, de Vladimir Carvalho, que abriu no início da tarde desta terça-feira (3) seleção especial de filmes da 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, no auditório da Câmara Legislativa do DF.
Participaram da solenidade de abertura o diretor do filme; a secretária de Estado da Mulher do GDF, Olgamir Amancia; o presidente do Conselho Curador de Cultura da Câmara Legislativa, Andrés Ibarra, e os organizadores da mostra Cleide Soares, Margarette Resende e Adriano Vasconcelos.
Vladimir Carvalho explicou que seu filme, um documentário de 22 minutos, resultou de um encontro com Aloísio Magalhães, ex-secretário do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, quem pediu, na ocasião, para que o cineasta visse o material filmado no final da década de 50 pelo designer Eugene Feldman. O material havia sido doado pela viúva de Feldman. Vladimir fez o documentário incluindo os depoimentos do artista plástico Athos Bulcão e de um homem do povo de Brasília.
Doméstica - Ao final da exibição do curta, foi realizado debate sobre o tema "Repressão de trabalhadores: registro, memória e verdade". Em seguida, foi exibido o também documentário Doméstica, de Gabriel Mascaro, "um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no ambiente familiar e (...) um potente ensaio sobre afeto e trabalho", de acordo com a sinopse.
Gratuita, a mostra é organizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Ministério da Cultura e apoio da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e Fundação Euclides da Cunha. A Câmara Legislativa foi incluída entre os 514 pontos de exibição distribuídos em 27 capitais do País. O Conselho Curador de Cultura da CLDF foi responsável pela seleção dos documentários em exibição no auditório da Casa, até quinta-feira (5).
Acessibilidade - Os filmes, em formato digital, estão sendo exibidos com closed caption (sistema que permite que legendas informem não apenas o que é dito, mas também todos os sons que fazem parte da cena) para pessoas com deficiência auditiva, e algumas sessões contam também com audiodescrição para pessoas com deficiência visual, sistema em que o narrador descreve com o máximo de detalhes o que pode ser visto na cena e o que é indicado fora dela.
Confira a programação:
Quarta-feira (4)
14h - Exibição do documentário KÁTIA, de Karla Holanda (Brasil, 2012, 74', classificação 14 anos)
Sinopse: Conta a história da primeira transexual eleita para um cargo político no Brasil. Além de mostrar como José se transformou em Kátia Tapety, o filme nos apresenta a trajetória política da travesti piauiense que lidou com o preconceito do pai na infância, mas hoje é respeitada entre seus conterrâneos. Ela foi a vereadora mais votada de seu município por três vezes consecutivas e chegou a vice-prefeitura da cidade de Colônia do Piaui.
15h30 - Debate - O desafio de romper barreiras e o preconceito
Quinta-feira (5)
14h - Exibição do documentário CAIXA D'ÁGUA, QUI-LOMBO É ESSE? de Everlane Moraes. (Brasil, 2012, 15', classificação Livre)
Sinopse: Regasta a história da comunidade Maloca, no Bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, Sergipe, segundo maior quilombo urbano do Brasil, através da narrativa de antigos moradores descendentes de negros escravizados, enaltecendo então a importância da oralidade no processo de preservação da cultura afro-sergipana presente nesta região.
14h30 - Exibição do documentário AS HIPER MULHERES, de Carlos Fausto, Leonardo Sette, Takumã Kuikuro (Brasil, 2011, 80', classificação 16 anos)
Sinopse: Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios, enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente.
16h - Debate - Diversidade Cultural: a identidade brasileira
Serviço
Local: Auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal
Endereço: Praça Municipal - SIG Quadra 2 - Lote 5 - ao lado do TJDFT(frente para o Eixo Monumental)
Informações: 3348-8273 (período vespertino)
agendaculturalcldf@gmail.com