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Mesa Redonda reforça o espaço no parlamento para representatividade feminina

Publicado em 31/05/2023 14h16

Foto: Reprodução/TV Câmara Distrital

“Mais espaço no parlamento para representatividade”, foi um dos temas da Mesa redonda que tratou dos avanços e conquistas das mulheres na política e que integrou a 4ª semana legislativa pela Mulher. Participaram do evento, transmitido pela TV Câmara Distrital e pelo e-democracia, as deputadas Dayse Amarilio (PSB), Doutora Jane (Agir), Jaqueline Silva (Sem Partido) e Paula Belmonte (Cidadania). A mediadora da Mesa Redonda foi Jane Marrocos, diretora da ELEGIS.
 

Representatividade
 

“Tenho honra de ombrear meu mandato com essas deputadas. Esse evento foi criado por lei, e infelizmente ainda precisamos de uma lei para ter esses espaços importantes.”, citou Dayse. A deputada destacou que um dos desafios das parlamentares é fazer com que as pessoas não tenham raiva da política para que aumente a representatividade feminina.

“A política está relacionada a poder e dinheiro e isso foi apartado da gente. As mulheres não estão na política porque, se não, mudamos a realidade. Precisamos avançar na política, pois o grau de participação feminina no parlamento expressa o grau de democracia daquele país." explica. 

A deputada citou ainda que o Brasil ocupa a posição 142 do ranking internacional de participação da mulher na política. Para ela, os partidos ainda são espaços masculinos, assim como sindicatos, porém a deputada citou que há avanços citando a CLDF como casa legislativa com maior número de parlamentares do país.

Respeito 


A parlamentar Doutora Jane (Agir) também enfatizou a necessidade de empoderamento das mulheres para ocupação do parlamento e do espaço social.

“Para mim, a primeira mulher negra a estar aqui após 30 anos, as dificuldades são muitas. Para as negras é ainda maior. O parlamento é uma exata representação da sociedade e precisamos mudar a sociedade para mudarmos o parlamento. Em Brasília somos 53% dos eleitos e apenas quatro estão aqui representados, pois usam nossas características contra nós mesmas, sendo delicadas, gentis e maternas.” disse.

A deputada frisou também a necessidade de se ter e dar respeito, independente do que um outro pensa, veste ou quer. 

“Quando falamos em sororidade, é sobre aceitar e defender a outra, mesmo que vá contra o meu princípio, porque é uma mulher que fez uma escolha para vida dela. O direito de cada um ser exatamente o que quer ser é muito difícil. Ver outra mulher crescer é bom, mas não damos valor quando vemos uma mulher em determinados espaços.”


Partidos políticos


“É importante estar nessa Casa, é fundamental estar aqui. Não tem como defender nossas pautas, como creche para crianças, emprego para nós com mesmo salário dos homens, se não estivermos no parlamento.” disse a deputada Jaqueline Silva (sem partido).

"Os partidos políticos nos veem como escada que, na grande maioria, já tem um homem para ser eleito. Precisamos de partidos que nos valorizem e veja nossa potência. Não queremos competição, mas queremos paridade.” argumentou.

A deputada destacou que leis como a Lei da creche e do material escolar só foram elaboradas pelo olhar de uma mulher. Além disso, citou a norma que incentiva mais mulheres na política, com objetivo de mais mulheres no parlamento para “um Distrito Federal melhor.”

Sensibilidade

Para Paula Belmonte, é preciso fortalecer a união e a sinceridade entre as mulheres e a atuação no parlamento do DF. 

“Na última legislatura [da Câmara dos Deputados], chegamos a ter 5 mulheres, sendo a maior bancada estadual feminina do Brasil. Mulheres com pautas diferentes, mas de grande valia para o parlamento. Precisamos mostrar que somos especiais e que não podemos estar em um lugar que não merece a honra que Deus nos deu de sermos mulheres. Que nós possamos nos reconhecer como grandes pilares para nosso mundo, Brasil e Distrito Federal.” concluiu.

Já a mediadora da mesa redonda e diretora da ELEGIS, Jane Marrocos, observou que o evento é essencial para as mulheres em busca da equidade, por meio da justiça, e elogiou a união das parlamentares da legislação atual.

“Desde a instalação dessa casa de lei, em 1991, de lá para cá em meio a quase 200 homens que compuseram esse poder legislativo, só tivemos 25 mulheres. Nós temos duas mulheres servidoras públicas e do setor produtivo. Em todos esses mandatos, hoje temos 4 mulheres em uma roda que há sintonia entre as deputadas.”.

Joás Benjamin (Estagiário) - Agência CLDF