Governistas e oposicionistas discutem episódio João Dias
Governistas e oposicionistas discutem episódio João Dias

João Dias está preso em um presídio militar, acusado de agredir outro militar, segurança do Palácio do Buriti. Ele também prestou depoimento na Polícia Civil por suposto crime de racismo e agressão contra funcionárias da Secretaria de Governo do GDF, mas acabou sendo liberado neste caso, mediante pagamento de fiança, pois sua conduta foi enquadrada como injúria racial. Quando foi detido, o militar portava R$ 159 mil reais, que, segundo ele, era o pagamento recebido para não apresentar denúncia contra o governador Agnelo Queiroz.
Ao abordar o episódio, a deputada Liliane Roriz (PSD) defendeu o afastamento do governador Agnelo Queiroz do cargo até que o caso seja investigado. "As autoridades do GDF estão sempre como reféns", disse ela, destacando que está preocupada com o que chamou de "instabilidade do GDF".
O deputado Chico Vigilante (PT) criticou duramente o comportamento do militar João Dias e repetiu as palavras ofensivas que ele teria dito para as servidoras do GDF. Vigilante também declarou que o governo está "absolutamente tranquilo" e que as supostas denúncias de João Dias não têm nenhum fundamento.
Já o deputado Dr. Michel (PSL) afirmou que o delegado agiu corretamente ao arbitrar fiança e liberar João Dias, diante da qualificação do crime.
Ele ainda colocou em dúvida as atitudes do militar e questionou o fato dele não ter dado voz de prisão a quem supostamente o subornou.
A deputada Eliana Pedrosa (PSD) ressaltou que o episódio envolvendo João Dias não tem nenhuma ligação com a oposição. "A oposição não tem nada com esses fatos, que mais parecem uma novela mexicana", afirmou, reclamando das insinuações feitas por deputados governistas.
Para ela, as instituições precisam ser preservadas, pois estão sendo colocadas em xeque com os episódios recentes da política local.
Celina Leão (PSD) cobrou respeito dos colegas à oposição e reclamou por não ter tido acesso ao depoimento prestado ontem por João Dias, mesmo tendo requerido oficialmente como presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. Ela também colocou a comissão à disposição para investigar as agressões sofridas pelas servidoras do GDF e quis saber como Vigilante teve acesso a trechos do depoimento com as ofensas.
O deputado Patrício (PT) cobrou responsabilidade dos deputados na abordagem da questão, "independentemente de serem do governo ou da oposição". Ele fez questão de deixar a presidência para fazer seu pronunciamento na tribuna, como os demais parlamentares.
Patrício informou que as imagens do circuito de segurança do Buriti que registram os atos de João Dias já foram entregues ao diretor-geral da Polícia Civil e ao comandante-geral da Polícia Militar. O deputado também explicou que a agressão cometida contra outro militar é inafiançável e que João Dias deverá ficar preso até o fim das investigações.