CLDF

O gerente da empresa Campo da Esperança que é responsável pelo Cemitério de Taguatinga, Hamilton dos Santos Xavier, admitiu hoje que houve exumação irregular de restos mortais naquele cemitério. Ao prestar informações sobre salários e comissões recebidos por ele e demais servidores daquela unidade, Hamilton Xavier forneceu pistas para que a CPI dos Cemitérios apure denúncias de sonegação fiscal por parte daquela empresa, segundo avaliação do presidente da Comissão, deputado Rogério Ulysses (PSB).

Ulysses anunciou que a CPI fará novas visitas-surpresa na próxima terça-feira (12) e, na quinta-feira, dia 15, ouvirá o presidente da Associação das Funerárias do DF, João Romualdo Sanches de Oliveira, em nome de quem a CPI localizou mais de 20 procurações para recebimento do DPVAT, o seguro para famílias de vítimas de acidentes de trânsito.

"Ossos de galinha" - Ao visitar o Cemitério de Taguatinga, em 02/04 , integrantes da CPI constataram a existência de túmulos violados, ossos expostos e matagal denunciando a falta de manutenção das áreas destinadas a sepultamento social. Em depoimento à Comissão, em 17/04, Patrícia Marinho Sena e seu marido Élio Bastos Sena denunciaram que os restos mortais de seu filho Tiago Henrique Sena foram transferidos para um ossário sem que eles tenham sido cientificados. Hamilton Xavier reconheceu que a exumação foi irregular, mas disse serem ossos de galinha os descobertos pela CPI em Taguatinga. Segundo ele, àquela época não havia cadastro das famílias, mas apenas uma ficha com dados dos falecidos, motivo porque a administração do cemitério não avisou a família. A deputada Erika Kokay (PT) pontuou que há uma "diferença brutal" no tratamento dado às áreas sociais, "que não têm retorno financeiro" e as destinadas à exploração comercial. O gerente declarou que recebe um salário mensal de R$ 1.

600,00, mais comissão.

 A comissão, de 3% sobre o valor da venda de jazigos, é rateada entre ele e mais sete atendentes, cujo salário é de pouco mais de R$ 500,00.