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Filho de Betinho participa de debate sobre políticas públicas para HIV

Publicado em 01/06/2015 16h16

Daniel Souza, filho de Herbert de Souza, o Betinho, participou da audiência pública que discutiu políticas públicas para portadores do HIV na tarde desta segunda-feira (1°) no auditório da Casa. Daniel lembrou que na década de 1980, quando a AIDS surgiu, a doença era "uma sentença de morte". Ele considerou que embora tenha havido avanços nos tratamentos e na sobrevida dos portadores, a doença ainda não tem cura. Daniel enfatizou o "enorme cuidado com a prevenção" que deve existir em todo país.

"Agradecemos tudo o que seu pai e a sua família fizeram e representam para o Brasil", afirmou a presidente da Casa, deputa Celina Leão (PDT), que destacou a luta contra a AIDS e o projeto de combate à fome, encabeçados por Betinho nos anos 90.

A parlamentar, que mediou o debate, concordou com a importância da prevenção, especialmente entre os jovens. Meninos do projeto Jovem de Expressão, de Ceilândia, participaram da audiência. O programa, voltado para a população de 18 a 24 anos, foi feito "para dialogar com os jovens", especialmente sobre saúde sexual, de acordo com a coordenadora de marketing social da Caixa Seguradora, Alice Scartezini, que financia o programa.

A faixa etária entre 15 e 24 anos é a mais vulnerável à doença atualmente no Brasil, segundo o diretor nacional do departamento de DST/AIDS do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. Ele elogiou o fato de o auditório ter como público exatamente meninos e meninas nessa faixa. De forma didática, ele discorreu sobre as formas de transmissão e prevenção. De acordo com Mesquita, as pesquisas feitas pelo ministério apontam que 94% da população brasileira sabe que é importante usar camisinha como método preventivo contra a doença, mas apenas 55% efetivamente a usam. Ele exaltou ainda a figura de "Betinho como o grande exemplo de como a sociedade civil pode lutar contra a AIDS".

As políticas públicas são mais eficazes quando ocorre a "educação de pares, isto é, jovens falando com jovens sobre prevenção", considerou a médica infectologista da Secretaria de Saúde, Sônia Geraldes. O desafio atual, segundo a médica, é levar informações à população entre 15 e 24 anos. Segundo Geraldes, os jovens precisam saber que a epidemia do HIV é multifacetada. Ela respondeu às perguntas dos participantes sobre formas de contaminação da doença.

Preconceito – O gerente de DST/AIDS da Secretaria de Saúde, Sérgio D'ávila, apresentou dados epidemiológicos sobre a doença no DF. Segundo ele, de 1985 a 2014 foram notificados 9.458 casos no DF, sendo que em 2014 cerca de 130 pessoas morreram por causa da AIDS. De acordo com ele, o preconceito envolvendo as questões de sexualidade ainda é muito grande, o que dificulta o trabalho de prevenção.

O preconceito contra os soropositivos também foi o destaque da fala do secretário-adjunto de Promoção dos Direitos Humanos, Ráiner Rezende. "A nossa missão é contra a estigmatização do soropositivo", destacou Rezende, que considerou efetivas as ações conjuntas entre Estado e sociedade civil.

A coordenadora de articulação social do Fundo Nacional de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade Civil que trabalham no campo das DST,HIV/AIDS (Fundo PositHIVo), Noemia Lima, disse que o objetivo do fundo é captar recursos para propostas voltadas para os soropositivos. "A efetivação das políticas públicas se dá na comunidade", afirmou.

Positivo na Lata – Durante a audiência ocorreu o lançamento do programa de capacitação profissional para soropostivos e filhos de soropositivos Positivo na Lata. Os trabalhos fotográficos do Positivo na Lata serão expostos no Museu da República, com inauguração prevista para o dia primeiro de dezembro, Dia Mundial de Combate ao HIV.

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