Empresário depõe na CPI dos Cemitérios e avisa que quer esclarecer tudo
Empresário depõe na CPI dos Cemitérios e avisa que quer esclarecer tudo

, está depondo na CPI dos Cemitérios desde as 10 horas.
Dono de 80% do capital da empresa, Francisco tem negócios do mesmo ramo também em Goiás, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro, e chegou à Casa acompanhado de advogado e com disposição de "esclarecer todas as dúvidas e indagações" dos membros da comissão.
Inicialmente, o empresário fez uma breve explanação sobre os assuntos em pauta, adiantando que tomou a decisão de não falar com a imprensa a respeito dos fatos que vêm sendo divulgados pela mídia, preferindo aguardar o momento de falar à própria CPI, a fim de evitar polêmica com os acusadores.
Francisco lembrou que até a terceirização, em 2002, imperava o caos administrativo e operacional nos cemitérios.
Para modificar esse quadro, sua empresa investiu R$ 12 milhões para aumentar a oferta de serviços e recuperar a concepção original do Campo da Esperança, de implantação do projeto cemitério-parque.
As tentativas feitas pelo empresário para resolver problemas com as funerárias, os jardineiros e marmoreiros não foram bem sucedidas, segundo explicou porque esses setores agem à margem da lei e se constituem em verdadeiras máfias da ilegalidade. Para se prevenir, Francisco disse ter montado um banco de dados, que disponibilizou aos membros da CPI, revelando como é feito o "loteamento da morte no DF".
Troca de corpos - O deputado Reguffe (PDT) foi o primeiro a inquirir o depoente, abordando a remoção do corpo do filho de Patrícia Marino Sena, que tinha arrendado o túmulo até novembro de 2011. Antes de admitir o erro, Francisco se justificou alegando que o local era destinado aos enterros sociais, afirmando que as exumações feitas até agora (12 mil) têm o aval da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Ainda em resposta a Reguffe, o empresário disse ter herdado muitas irregularidades oriundas do período em que os cemitérios eram administrados pelo GDF. Segundo afirmou, já foi encontrado homem onde se indicava haver uma mulher ou mesmo criança, demonstrando, com isso, o estado de desorganização do setor.
Em resposta à deputada Erika Kokay (PT), Francisco deixou implícita a existência de uma resistência por parte de servidores do governo para a implementação de compromissos previstos no contrato, como a construção de um crematório no DF. Conforme o empresário, ele tem cópias de 32 ofícios encaminhados às autoridades, solicitando esclarecimentos ou pedindo providências que até hoje não foram respondidos.
A oitiva prossegue e, no momento, o empresário está sendo questionado pelo deputado Rogério Ulysses (PSB), presidente da CPI. Presentes ao depoimento, desde o começo dos trabalhos, os deputados Benício Tavares (PMDB), relator, Brunelli (DEM), Erika Kokay (PT) e Reguffe (PDT).
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