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Distritais repudiam encenação de crucificação na parada gay de SP

Publicado em 09/06/2015 15h59

A encenação de uma crucificação ocorrida no último domingo na parada gay de São Paulo revoltou alguns deputados distritais. Vários deputados ocuparam os microfones na sessão ordinária desta terça-feira (9) para repudiar a manifestação, que foi considerada um ato de intolerância religiosa. A Câmara aprovou uma moção de repúdio contra a encenação, apresentada pelo deputado Rodrigo Delmasso (PTN) e que recebeu a assinatura de vários parlamentares.

Delmasso lamentou o episódio e criticou a utilização de um símbolo religioso. Ele anunciou que seu partido ingressou com uma representação junto ao Ministério Público Federal pedindo investigações sobre o financiamento da parada com recursos públicos de empresas ou órgãos governamentais. Segundo ele, recursos públicos não podem ser utilizados para promover intolerância religiosa e os repasses devem ser suspensos.

Na opinião da deputada Sandra Faraj (SD) a encenação foi um "completo desrespeito a fé das pessoas". Para ela, é inaceitável a utilização do símbolo de Jesus Cristo numa marcha "ofensiva, imoral e suja". A deputada disse que vai propor que o movimento LGBT, responsável pelas paradas, se retrate publicamente com a família brasileira. "Como é a que a minoria vem ofender a maioria assim tão descaradamente e ainda por cima financiada pelo governo", reclamou ela.

Já a deputada Celina Leão (PDT) declarou-se chocada com as imagens, que, segundo ela, "depreciam toda a nação, majoritariamente cristã". "Acredito no respeito. E vejo Jesus como amor puro. Os gays que são agredidos nas ruas não sofrem esta violência por quem frequenta as igrejas", ponderou.

Para o deputado Bispo Renato Andrade (PR) as imagens falam por si só. Ele espera que os líderes do movimento se retratem e argumentou que quem luta por direitos não pode desrespeitar os direitos dos outros.

O deputado Dr. Michel (PP) considerou que os manifestantes extrapolaram e deram uma "grande demonstração de intolerância religiosa contra os cristãos e a família". Para ele, os responsáveis devem ser responsabilizados criminalmente.

Também condenaram a encenação e defenderam a aprovação da moção os deputados Júlio César (PRB) e Rafael Prudente (PMDB).

Importância - O deputado Ricardo Vale (PT) disse que se sentiu ofendido como cristão com a encenação, mas ressaltou que o episódio foi um fato isolado numa manifestação com mais de uma milhão de pessoas. Para ele, é necessário reconhecer a importância da parada gay na luta contra a violência e discriminação da comunidade LGBT e por isso mesmo já está em sua 19ª edição. "É preciso separar as coisas, pois a marcha é legítima", ponderou.

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