Distritais intercedem junto à Embaixada do Senegal para libertar missionários evangélicos
Distritais intercedem junto à Embaixada do Senegal para libertar missionários evangélicos
Publicado em 05/04/2013 11h36

A situação de dois missionários brasileiros da Igreja Prebisteriana, presos até a manhã de hoje (05) em Senegal sob a acusação de manterem crianças sob cárcere privado, foi debatida em reunião dos deputados da Frente Parlamentar Evangélica da Câmara Legislativa com o embaixador do país africano, Hadji Abdoul Aziz Ndiaye, na sede da representação diplomática, nesta manhã.
Presos desde novembro do ano passado e beneficiados hoje pela concessão de habeas corpus, os missionários José Dilson da Silva e Zeneide Novaes mantêm uma instituição de caridade na capital Dakar, que se dedica a prestar assistência social a crianças abandonadas. "Uma das crianças de rua que estava com eles foi reconhecida pelo pai, mas se recusou a voltar para casa. O pai procurou as autoridades e os missionários foram presos. Eles são acusados de manter crianças sob suas guardas sem autorização, mas sabemos que a maioria dos pais nem são encontrados para autorizar", observou Wasny de Roure (PT), integrante da Frente Evangélica e presidente da Câmara Legislativa. Wasny lembrou ainda que os missionários estão no país há oito anos atuando junto às crianças carentes.
O deputado Benedito Domingos (PP) ressaltou as boas relações entre Brasil e Senegal e destacou o caráter laico da Constituição do país africano. "Senegal é um país laico onde há liberdade religiosa, uma exceção naquela região", apontou. Celina Leão (PSD) frisou que a instituição mantida pela Igreja Prebisteriana tem interesse de continuar trabalhando no país "focando sempre nas obras sociais e seguindo a legislação local". Já Evandro Garla (PRB) recordou as parcerias econômicas mantidas entre as duas nações. "Senegal exporta seus pescados e nós temos muito conhecimento nessa área, o que poderia render muitas parcerias. Nosso ministro da Pesca, Marcelo Crivella, inclusive, é missionário e já trabalhou na África. Nós, da Igreja Universal, não temos qualquer problema nos países africanos e queremos que a Igreja Prebisteriana também exerça suas atividades com tranquilidade", afirmou.
Em resposta aos parlamentares, o embaixador Hadji Ndiaye disse que vem trabalhando arduamente na solução deste caso, mas que o governo não tem autoridade para interferir em decisões judiciais. "Quando se fala em África, as pessoas acham que ali só há guerra e fome. Mas há muitas áfricas e o Senegal é um Estado democrático que funciona normalmente. Os poderes são independentes e por isso os juízes não aceitam que o governo se intrometa no Judiciário. Fico feliz que eles tenham sido libertados provisoriamente e queremos que as igrejas trabalhem livremente em nosso país. A meu ver, esse caso foi um incidente infeliz, mas a embaixada vai continuar se engajando para chegarmos a um final feliz", assegurou o representante diplomático