Distritais homenageiam musicista Odette Ernest Dias
Distritais homenageiam musicista Odette Ernest Dias

Na próxima segunda-feira (22), a Câmara Legislativa realiza sessão solene, às 18h30, na Sala Martins Pena do Teatro Nacional Cláudio Santoro, para entrega do título de Cidadã Honorária de Brasília à musicista Odette Ernest Dias. A inciativa da homengem é da deputada distrital Arlete Sampaio(PT), que justifica a concessão da honraria a Odette "por sua ímpar contribuição à música de nosso País e de nossa Capital, por seu valoroso talento e pelo amor com que adotou o Brasil e a cultura brasileira".
Marie Thérèse Odette Ernest Dias, conforme explica a deputada, é uma das maiores referências para a história artística e pedagógica da música no Brasil. Mais conhecida por seu terceiro nome, Odette Ernest Dias, flautista, concertista e pesquisadora francesa naturalizada brasileira, deixou marca profunda e amorosa em Brasília, onde atuou, entre 1974 e 1994, como docente da Universidade de Brasília. Nascida em Paris, completou seus estudos no Conservatoire National Superieur de sua cidade natal.
Veio para o Brasil em 1952, a convite do maestro Eleazar de Carvalho, para compor a Orquestra Sinfônica Brasileira.Simultaneamente, integrou a orquestra da Rádio Nacional, sob a regência de nomes como Radamés Gnattali, Guerra Peixe, Léo Peracchi, Lindolfo Gaia e Lyrio Panicalli. Fez parte, também, das orquestras da Rádio Tupi, que tinha como arranjador o genial Pixinguinha, da Rádio Mayrink Veiga e da TV Globo. Participou de muitas gravações antológicas de artistas da música popular brasileira, inclusive do histórico álbum de Elizeth Cardoso, Canção do Amor Demais. Exerceu as funções de solista de orquestra, recitalista e camerista, e foi fundadora da Camerata do Rio. Lecionou no Conservatório Brasileiro de Música e nos Seminários de Música Pró-Arte, no Rio de Janeiro. Em 1969 deixou a Orquestra Sinfônica Brasileira para integrar a Orquestra Sinfônica Nacional.
A história de Odette com Brasília começou em 1974, quando se mudou para a Capital para ser professora titular da Universidade de Brasília, convidada por Orlando Leite. Ministrou classes de Flauta, Estética e Musicologia. Sua passagem pela UnB marcou um ponto de inflexão no ensino da flauta transversal e no cenário musical da cidade, em especial por deixar um legado pedagógico fundado na abertura para a diversidade, no diálogo, na emoção e no respeito à integridade e à expressão pessoal e cultural própria de cada indivíduo.
No ano seguinte, já integrada ao movimento cultural brasiliense, passou a promover rodas de choro em seu apartamento, na 311 Sul, com a participação de instrumentistas do calibre de Waldir Azevedo, Pernambuco do Pandeiro, Bide da Flauta, Avena de Castro, Tio João e Simpatia. Os encontros dos chorões tornaram-se tão concorridos que tiveram que ser transferidos para o Teatro da Escola Parque da 307/308 Sul. Foi então que Antônio Lício lançou a idéia da criação do Clube do Choro, que teve a ata inaugural elaborada por Geraldo Dias, marido de Odette. Geraldo também assumiu a tarefa de buscar as assinaturas dos sócios-fundadores
* Com informações da Assessoria de Imprensa da deputada Arlete Sampaio.