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O debate sobre a votação da redação final do projeto de lei complementar que institui mudanças no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) movimentou a Câmara Legislativa na sessão ordinária da tarde de ontem (11). Dezenas de moradores, ligados a movimentos sociais e cooperativas habitacionais, lotaram as galerias para reivindicar dos deputados distritais a apreciação final do projeto, a fim de  permitir futuras ocupações urbanas, como o setor Catetinho.

O deputado Milton Barbosa (PSDDB) abriu a discussão sobre o PDOT, ao defender da tribuna a inclusão, no projeto, da regularização fundiária de uma área da localidade de Capoeira do Bálsamo, na área do Paranoá, que teria sido excluída da votação do projeto, em segundo turno, motivada pelo extravio de um anexo, com um mapa topográfico do local. "Agora o mapa está aqui", afirmou, lembrando que cerca de 400 moradores podem ser prejudicados.

A deputada Erika Kokay, líder do PT, rebateu a proposta de Barbosa, justificando que não se pode mais fazer alterações no teor do PDOT, pois a redação final só admite correções e revisões ortográficas. "Essa situação demonstra como o PDOT foi votado nesta Casa, pois até mesmo o relator disse que desconhecia os mapas das poligonais", enfatizou a parlamentar.

Na mesma linha, outro parlamentar do PT, o deputado Patrício, afirmou que o seu partido só está esperando a votação da redação final do PDOT para pedir na Justiça a sua ilegalidade. Patrício comentou que também o Ministério Público poderá se manifestar contra as "irregularidades" que foram cometidas na votação do PDOT, como a "falta dos memoriais descritivos e mapas das poligonais".

Já o líder do DEM, Geraldo Naves, defendeu a votação imediata do PDOT e a legitimidade do projeto. "Por que os deputados do PT não participaram das audiências públicas para apontar as irregularidades que estão denunciando agora? Ele ironizou também a promessa anunciada pelo governo Lula de que irá construir um milhão de moradias no País. "Só se for um milhão de verdade, para fazer uma pamonha eleitoreira", criticou.

Em aparte, o deputado Batista das Cooperativas (PRP) disse aos moradores presentes nas galerias que o PT está contra o PDOT porque não admite que aquelas pessoas pobres sejam vizinhas dos moradores do Park Way e dos Lagos Sul e Norte. "O Catetinho é legal sim", exortou.
 Falta de energia - A continuidade da discussão do PDOT foi prejudicada e a sessão ordinária foi encerrada, por falta de energia elétrica na Câmara Legislativa e em várias partes da cidade.

 O presidente da Câmara Legislativa, deputado Leonardo Prudente (DEM), anunciou - aos líderes do movimento que aguardam a aprovação da redação final do PDOT - que as discussões poderiam continuar no estacionamento externo da Casa, onde um trio elétrico aguardava para prosseguir com os debates.