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Déficit habitacional é de 120 mil unidades no DF

Publicado em 11/05/2017 11h35

O déficit habitacional no Distrito Federal é de 120 mil unidades, revelou o presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab), Gilson Paranhos, durante a apresentação do relatório de atividades da pasta à Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle da Câmara Legislativa, na manhã desta quinta-feira (11). Durante a reunião, presidida pelo deputado Rodrigo Delmasso (Podemos), Paranhos disse que não serão abertas novas inscrições porque a prioridade é atender quem já está na fila. Ele acrescentou ainda que, do total, cerca de 90 mil inscritos são de baixa renda.

De acordo com Paranhos, o DF arca com cerca de 40 mil novos habitantes por ano, o que gera um déficit constante, uma vez que a média histórica é de 2,5 mil unidades habitacionais entregues anualmente. Ainda assim, o presidente da Codhab informou que a meta da atual gestão é superar essa média e entregar 63 mil novas escrituras – destas, 26 mil já foram entregues.

Mudança cultural – Para que haja uma solução para o problema habitacional no DF, é preciso uma "mudança cultural", segundo Paranhos. Ele explicou que, nas grandes cidades do mundo, o índice de aproveitamento da área construída gira em torno de 400 habitantes por hectare, sendo que no DF este índice cai para 34 habitantes.

O presidente da Codhab citou que, em 1957, as dimensões dos lotes na W3 eram de seis metros de largura, isto é, na frente do lote. "Apesar do aumento populacional, hoje as pessoas querem lotes de, no mínimo, oito metros de largura para fazerem o que quiserem; é preciso urgente uma mudança cultural", frisou.

Entidades habitacionais – Líderes de entidades habitacionais presentes na reunião puderam dialogar diretamente com Paranhos. A presidente da Associação dos Moradores das Ocupações Históricas e Inquilinos do Guará (Amohiguará), Teresa Ferreira Dias, argumentou que os movimentos por moradia são mais ágeis na construção das unidades que o governo e, por esse motivo, deveriam assumir essa tarefa.

Vários representantes de entidades, como Epaminondas da Silva, líder de movimentos em Ceilândia e Riacho Fundo II, reclamaram da ausência de equipamentos públicos, a exemplo de escolas e postos de saúde, em áreas onde unidades habitacionais foram entregues pelo governo.

Nesse sentido, o deputado Rodrigo Delmasso sugeriu a criação de parcerias, nos moldes das Parcerias Público-Privadas (PPPs), entre as entidades e o governo. Para o distrital, a comunidade cuida daquilo que ajuda a construir, de casas a escolas e parques. Paranhos, por sua vez, argumentou pela autonomia das entidades habitacionais, mas, em sua opinião, para que isso ocorra, "as entidades precisam sair da barra da saia do governo e atuar com maturidade".

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