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CPI ouve diretor-geral do DFTrans em meio a temores de extinção do órgão

Publicado em 22/10/2015 10h18

A Comissão Parlamentar de Inquérito do Transporte Público ouviu hoje (22) o atual diretor-geral do DFTrans, Léo Carlos Cruz, dando prosseguimento às oitivas que buscam informações sobre possíveis irregularidades na última licitação para renovação da frota de ônibus e na gestão dos transportes do DF. O diretor-geral frisou diversas vezes que está há pouco mais de dois meses no cargo e que ainda está tomando conhecimento dos diversos problemas que o órgão enfrenta. "Fui convidado para assumir o DFTrans porque tenho experiência como subsecretário de Transportes da cidade de Vitória e fui indicado pelo ex-governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que é do mesmo partido que Rodrigo Rollemberg", informou.

A presidente da CPI, Sandra Faraj (SD), lembrou que o diretor-geral já foi ouvido por outra CPI que apurar irregularidades no sistema de transportes do Espírito Santo. "Fui chamado duas vezes para prestar esclarecimentos técnicos, mas não sou investigado em nenhum processo", garantiu. Segundo Léo Carlos Cruz, há algumas semelhanças entre os processos licitatórios realizados no DF e no Espírito Santo. "Normalmente os editais de licitação são parecidos, com algumas especificidades de cada região", afirmou. O diretor-geral confirmou que a empresa Logit, que prestou consultoria na licitação realizada no DF, também exerceu o mesmo papel no Espírito Santo.

Questionado sobre o aumento da tarifa de ônibus no mês passado, o diretor-geral respondeu que não havia outra saída para o governo. "Quanto menor a tarifa, mais o governo tem que aportar recursos para subsidiar o sistema. Não há mágica, e nesse cenário de crise financeira, não havia outra saída. Além disso, desconheço outro lugar onde a tarifa estava sem reajuste há 10 anos, como aqui", justificou.

Possível extinção - Durante o depoimento de Léo Carlos Cruz à CPI, servidores do DFTrans presentes cobraram explicações sobre mudanças de competências e sobre rumores de que o órgão deverá ser extinto. O diretor-geral confirmou que a função de fiscalização foi transferida para a Secretaria de Mobilidade e se limitou a dizer que "decisões como a de extinguir o órgão e transferir competências são decisões políticas de governo, das quais eu sou apenas comunicado".

O relator da CPI, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), levantou dúvidas sobre a legalidade do processo. "A transferência de competência legal só pode se dar por meio de norma legal, sob o risco de todas as fiscalizações realizadas serem declaradas nulas", alertou. O distrital também observou que "tudo faz levar a crer que o governo quer extinguir o DFTrans, mas não há justificativa aparente". O deputado Rafael Prudente (PMDB) também condenou a mudança. "Essa é mais uma das reformas mirabolantes do governo. Não creio que vá diminuir custos. O que a população quer é um transporte público de qualidade. Se for para colocar ônibus novos nas ruas, o governador Arruda também fez, sem aumentar tarifas", afirmou. Está prevista ainda para esta tarde o depoimento à CPI do presidente da empresa Logit Consultoria, Wagner Colombini.

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