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CPI dos Cemitérios levou o GDF a tomar providências

Publicado em 26/06/2008 12h32
A conscientização da opinião pública a respeito de como age o "mercado da morte no DF", segundo os próprios membros da CPI dos Cemitérios, foi o resultado mais importante do trabalho realizado pela comissão nesses três meses de atuação. Até então, poucos tinham conhecimento do que ocorria nos cemitérios, cuja atividade não é regulamentada, e nas próprias funerárias, que sequer são cadastradas pelo governo.

Esse estado de coisas começou a mudar a partir das ações da CPI, segundo seu presidente, Rogério Ulysses (PSB). O próprio governo, segundo o deputado, adiantou-se e decretou intervenção no cemitério do Gama, determinou uma data limite para o lançamento de credenciamento das funerárias e transferiu as atribuições de fiscalizar e regulamentar as atividades da secretaria de Desenvolvimento Social para a de Justiça e Cidadania.

Na entrevista que se seguiu à apresentação do relatório, o deputado Reguffe (PDT), autor do requerimento que ensejou a criação da CPI, concordou com Ulysses, afirmando que a comissão "tornou transparente e público fatos que ocorrem há anos no DF, sem que a população soubesse".
 Reguffe admitiu que o trabalho foi árduo e que não será mais fácil no segundo semestre, por que terão de fechar o trabalho "com chave de ouro" para mudar essa triste realidade.

O deputado Brunelli (PDT) considerou que, com esse trabalho, estão resgatando uma dívida histórica do Legislativo para com a sociedade.
 O deputado avisou que "a morte não pode ser vista como um negócio de R$ 16 milhões ao ano, mas como uma função social de que o Estado não pode abrir mão". Propôs, ainda, uma visita a outros estados brasileiros, onde a questão funerária venceu desafios e se transformou em serviço de excelência.

Para a deputada Erika Kokay (PT), o que fizeram até agora foi só "desvendar as pontas do iceberg". Há muitas questões a serem respondidas, segundo disse, para aprofundar as investigações e descobrir como funcionam os esquemas montados para lucrar com o comércio da morte. A deputada afirmou também que é preciso descobrir como um serviço público tão importante foi transferido à iniciativa privada, de "mão-beijada", sem qualquer regulamentação.

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