Publicador de Conteúdos e Mídias

Comissão geral debate projeto de veículos leves sobre trilhos (VLT)

Publicado em 28/05/2009 18h43
Críticas à falta de estudos de impacto ambiental e sobre a viabilidade econômica do projeto do governo para a implantação dos veículos leves sobre trilhos (VLT) marcaram a Comissão Geral que a Câmara Legislativa realizou na tarde desta quinta-feira (28), no plenário da Casa, para debater a questão. A iniciativa foi do deputado Paulo Tadeu (PT) e atraiu representantes de órgãos ambientais, técnicos do governo local e líderes comunitários.

Antes da discussão sobre o VLT, o diretor-presidente do Metrô e representante da Secretaria de Transportes, José Gaspar de Souza, fez uma exposição técnica sobre o projeto do governo para a implantação do novo sistema de transporte que deve ligar a avenida W3 Sul a alguns pontos da cidade, como o Aeroporto Internacional de Brasília. Ele ressaltou que experiências semelhantes foram bem sucedidas em várias cidades europeias e deve ajudar a desafogar o trânsito na área central do DF.

Vários participantes e se revezaram na tribuna para condenar os custos do projeto, orçados inicialmente em R$ 1,5 bilhão. O deputado Paulo Tadeu (PT) destacou que "o governo não apresentou estudo de viabilidade técnica da demanda", e que também não se sabe até agora  "qual é a demanda real de passageiros."A deputada Erika Kokay (PT) condenou ainda o fato de o projeto "vultoso" se basear no fato de que Brasília vai sediar jogos da Copa do Mundo em 2014, embora ainda não tenha ocorrido a confirmação oficial sobre o fato. Ela também questionou qual seria a solução para os estacionamentos da W3 Sul, que seriam afetados pelas obras.

O presidente do Conselho Comunitário da Asa Sul, Armando Olair, disse que os moradores estão preocupados com as futuras obras, caso elas se confirmem, "pois não sabemos qual será a noção de conjunto, nem o que acontecerá com os transportes de vizinhança".

Cinturão verde - A representante do Ministério Público, Ana Cláudia Manso, condenou o fato de o projeto não ter apresentado estudo prévio de impacto ambiental. Por isso, explicou, o VLT está parado atualmente, por decisão liminar do Tribunal de Justiça do DF, que acatou denúncia do Ministério Público.
 "Não sabemos o que acontecerá com o cinturão verde, pois há previsão do corte de 1.

590 árvores na W3 SUL", alertou.

Já o diretor do Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional (IPHAN), Alfredo Gastal, comentou que, a princípio, não há restrições sobre o tombamento do projeto original de Lúcio Costa, na W3 Sul. Mas afirmou que lhe preocupa a idéia de que seria construída uma espécie de muralha, naquela avenida.

O presidente da Mesa da Comissão Geral, deputado Cabo Patrício (PT), também criticou a falta de transparência sobre o projeto do VLT e condenou a ausência do secretário de Transportes, Alberto Fraga, "que não tem participado de nenhum dos debates sobre transportes que acontecem na Câmara Legislativa".

Mais notícias sobre