Comissão de Educação investiga crise na Escola Parque da 303/4 Norte
Comissão de Educação investiga crise na Escola Parque da 303/4 Norte

Durante os quatro anos de gestão do professor Mendonça, doze professores foram removidos da escola, conforme o depoimento de alguns deles, por discordarem das orientações da direção.
Esses professores afirmam que o diretor tem agido autoritariamente e com o intuito claro de eliminar o que denominou de G7, grupo de professores influentes na escola, usando, inclusive das reuniões pedagógicas para desmerecê-los publicamente.
Proposta - Não é o que alega a diretora regional de ensino do Plano Piloto, professora Leila de Fátima Pavarelli Martins, segundo a qual, uma supervisão integrada de toda a secretaria detectou a existência de professores lotados nas escolas parque que não atendiam ao regimento nem à proposta pedagógica daqueles centros de ensino. Leila de Fátima explicou que apenas professores de artes e de educação física podem dar aulas nas escolas parque e, no entanto, havia professores de literatura lotados em algumas delas. Esses teriam sido os professores removidos.
A diretora regional não conseguiu, no entanto, explicar à deputada Erika Kokay (PT), que presidia a reunião da comissão, as outras dez remoções. Depois de inquirida, admitiu que houve duas remoções a pedido do diretor, sob a alegação da impossibilidade de convivência com aqueles professores. As outras oito remoções aconteceram antes de sua posse na diretoria e não poderia, portanto, responder por elas. Leila de Fátima informou aos deputados que existem dois processos de sindicância para apurar a situação: um sobre as irregularidades administrtivas e outro sobre as questões de conduta na Escola Parque 303/4 Norte.
:Os professores entregaram à comissão dois documentos. O primeiro, carta da funcionária de apoio técnico administrativo, Eliane Barbosa da Silva, na qual a servidora relata sua história na escola, onde passou de braço direito do diretor a sua opositora. O segundo, uma carta aberta do professor Samir Santos, membro do Conselho Escolar, na qual relata as incoerências no comportamento do diretor e questiona a gestão tanto da escola quanto da Associação de Pais e Mestres que, segundo ele, servem à direção e não a um projeto pedagógico ou à comunidade escolar.
Solicitação - A fim de avaliar de forma isenta o procedimento da remoção dos professores, a deputada Érika Kokay solicitou à diretora Regional de Ensino o encaminhamento, aos membros da comissão, do número de vagas existente na escola e a discriminação de sua ocupação por professores que participaram do concurso de remoção ou por professores em exercício provisório.
O diretor Everaldo Mendonça expôs suas razões, mas foi bastante questionado pelos deputados, especialmente quando criticou as condições em que operam as escolas públicas, que por vezes não têm recursos nem para fazer cópias de material didático. Paulo Tadeu reconheceu serem corretas suas críticas, mas observou que elas tinham a mesma natureza daquelas feitas pelos professores à sua gestão e que acabaram sendo afastados em razão delas.
Professores pró e contra a gestão de Everaldo expuseram suas razões, particularmente no tocante à eleição, em fevereiro passado, da diretoria da APM, que não teria sido suficientemente divulgada para proporcionar a participação de todos os interessados. Cerca de 15 pais compareceram às eleições, além de 20 professores. Eles se depararam com uma chapa, que acabou sendo eleita, com a participação de mais de uma pessoa da mesma família.