CLDF discute soluções para acabar com greve dos assistentes sociais
CLDF discute soluções para acabar com greve dos assistentes sociais

A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou na tarde desta quinta-feira (26) uma comissão geral para discutir os problemas da carreira de Assistência Social e buscar soluções para acabar com a greve da categoria, que já dura mais de 50 dias. O presidente da Câmara, deputado Joe Valle (PDT), defendeu o diálogo para debater as reivindicações dos servidores e a retomada do atendimento da sociedade.
Entre outras demandas, os assistentes sociais pedem a realização de concurso público, pagamento da terceira parcela de reajuste salarial e a regularização da jornada de trabalho de 24 horas por 72 horas. O presidente do Sindicato dos Servidores da Assistência Social, Clayton Avelar, cobrou a retomada das negociações com o governo e ressaltou que a greve tem por objetivo melhorar as condições de trabalho e reduzir o déficit de pessoal na carreira.
"A greve continuará firme e forte enquanto o governo não negociar", anunciou Avelar, sugerindo que a Câmara tranque a pauta de votações e não vote nenhum projeto de interesse do governo até o avanço das negociações. O sindicalista informou que a categoria pretende denunciar a secretária de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Ilda Ribeiro, e o subsecretário de Administração geral da pasta, Bernardo de Castro, por descumprimento de decisão judicial. Segundo ele, a Justiça considerou a greve legal e proibiu qualquer tipo de represália ou retaliação contra a categoria, o que não vem sendo observado pelo governo.
Ausências - O deputado Chico Vigilante (PT) assinalou que os trabalho dos assistentes sociais beneficia a população mais pobre, "que não tem vez e nem voz". Para ele, talvez por isso o governo não dê a atenção devida para a categoria. O deputado lembrou que os secretários da Fazenda, Casa Civil e Planejamento foram convidados para participar do debate, mas não enviaram sequer representantes.
Na opinião do presidente do Sindicato, "as ausências dos secretários da área de gestão desrespeitam a categoria, as 100 mil famílias atendidas e também o poder Legislativo". Clayton Avelar lembrou que a categoria assinou um termo de compromisso com o governo em dezembro de 2016, mas os acordos não foram cumpridos até agora. Segundo ele, nem mesmo a desculpa da falta de dinheiro o governo pode mais usar, já que a situação econômica deste ano melhorou.
O presidente da Câmara disse que pretende discutir na próxima reunião de líderes uma possível convocação dos secretários da área econômica, já que eles não aceitaram o convite para o debate. A convocação teve ser marcada para a próxima quinta-feira (3).
O deputado Wasny de Roure (PT) garantiu que a Câmara fará todos os esforços possíveis para promover o diálogo da categoria com o GDF. No entanto, o distrital alertou para a existência de um "cenário adverso", no qual o serviço público está "literalmente abandonado".
O déficit de pessoal da categoria é estimado em 77% das vagas atuais. Ou seja, menos de 30% das vagas estão preenchidas. O último concurso da categoria foi realizado em 2009 e para piorar o quadro, muitos servidores devem se aposentar nos próximos dois anos.
O subsecretário de administração geral, Bernardo de Castro, limitou-se a dizer que o governo valoriza os servidores e está buscando meios para avançar nas negociações.
Luís Cláudio Alves
Fotos: Carlos Gandra
Comunicação Social – Câmara Legislativa
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