Cientistas reivindicam autonomia para a FAP
Cientistas reivindicam autonomia para a FAP

A reivindicação do reitor encontrou coro na fala da presidente da Fap, Maria Amélia Teles, que defendeu a autonomia da instituição como forma de incentivar a produção científica do DF. "A autonomia administrativa e financeira, livre de ingerências políticas, é muito importante para uma instituição que financia projetos científicos, muitos deles considerados politicamente irrelevantes", afirmou. O secretário-adjunto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Flávio Botelho Filho, criticou a vinculação do investimento em pesquisa à geração de empregos. "Não se trata de gerar empregos, e sim conhecimento. Temos pesquisas na área de saúde, por exemplo, que podem desempregar trabalhadores de hospitais, mas são importantíssimas para a evolução da medicina", explicou. O deputado Paulo Tadeu (PT) lembrou que a Lei Orgânica do Distrito Federal destina 2% dos investimentos do orçamento à Fap, mas que no ano passado, apenas 0,2% foi efetivamente repassado. "O governo destinar 400 mil reais no ano passado para as pesquisas científicas demonstra o descaso com essa área", criticou. O secretário de Ciência e Tecnologia, Izalci Lucas, procurou defender o governo. "O Arruda assumiu com uma série de dívidas que engessam o orçamento, não é fácil cumprir essa determinação legal, mas acredito que o mais importante é a regularidade, pois as pesquisas não podem parar por falta de recursos", afirmou. Segundo Izalci, o GDF está pagando agora um compromisso assumido com o CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) em 2004, que adiantou recursos para não prejudicar as pesquisas em andamento. "O governo enxerga como prioridade o investimento em ciência e tecnologia, mas temos que ter em mente nossas dificuldades; para se ter uma idéia, 70% do nosso orçamento é destinado exclusivamente à folha de pagamentos", disse Izalci.