CLDF

"Se o Brasil  não tomar atitudes preventivas urgentes, nosso País corre o risco de se tornar em 2040 o campeão do mundo em mortes causadas por problemas cardiovasculares": o alerta foi feito na manhã desta segunda-feira (12) pelo cardiologista José Carlos Quinaglia e Silva, representante da Secretaria de Saúde na sessão solene da Câmara Legislativa em homenagem ao Dia do Cardiologista (14 de agosto). O evento, de autoria do deputado Dr. Michel (PEN), aconteceu no plenário da Casa.

Segundo enfatizou o médico, o Estado não vem investindo em saúde pública como deveria, a fim de evitar o crescimento das doenças cardiovasculares. Ele criticou, por exemplo, as restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que limitam os investimentos na área de saúde básica em cerca de 37%, enquanto o ideal seria em torno de 70% dos recursos orçamentários destinados para a saúde pública.

Ao manifestar sua admiração pelo trabalho dos cardiologistas, Dr. Michel – que chamou aqueles médicos de "anjos das nossas vidas" – criticou a condução pelo governo federal da polêmica lei que institui o programa Mais Médicos. "A classe médica deveria ter sido ouvida antes da elaboração do projeto. Vocês é que sabem a necessidade que enfrentam no atendimento ao público", comentou o distrital.

Dr. Michel destacou a contribuição da Câmara Legislativa aos pacientes cardiopatas crônicos sem condições de arcar com as passagens de ônibus para ir aos hospitais, ao aprovar projeto de lei que garante passe livre para essas pessoas. "Também aprovamos o projeto Viver em Casa, de minha autoria, que possibilita o tratamento de pacientes em seus domicílios, garantindo condições para isso", afirmou, ao defender que essas medidas sejam mais divulgadas à população, para que os usuários da rede pública possam usufruir dos seus benefícios.

O vice-presidente da Câmara Legislativa, deputado Agaciel Maia (PTC), também homenageou os cardiologistas em seu pronunciamento. E aproveitou para analisar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde no DF. "Tivemos um crescimento vertiginoso da população nos últimos anos, inclusive na área do entorno, os políticos e gestores precisam encontrar soluções para a melhoria da saúde pública nesses próximos cinco ou seis anos", defendeu.

Mais investimento – Ao agradecer a homenagem da Câmara Legislativa, o presidente da Sociedade de Cardiologia do DF, Renault Mattos Ribeiro Júnior, também manifestou preocupação com a falta de investimentos mais expressivos na saúde preventiva, para evitar doenças cardiovasculares. "Precisamos de mais investimentos na área pública e privada", exortou. Já a diretora do Instituto de Cardiologia do DF, Núbia Vieira, defendeu mais atenção das autoridades para a melhoria do atendimento aos pacientes, cardiopatas ou não, que buscam atendimento nos hospitais.