Audiência pública cobra ações para reduzir violência contra o idoso
Audiência pública cobra ações para reduzir violência contra o idoso

Evandro Garla observou que a violência contra o idoso não é só física, mas também psicológica, e que acomete pessoas de todas as classes sociais. "Na maioria das vezes, a agressão vem de pessoas da própria família ou próximas. O abandono nos asilos, a falta de carinho, a pressão psicológica e o descaso são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas. No entanto, cabe à família proporcionar bem-estar ao idoso, e ao poder público dar garantias de qualidade de vida a esses cidadãos", afirmou.
O parlamentar destacou ainda que o envelhecimento populacional tornou-se um dos maiores desafios para a esfera governamental e ressaltou que o tema tem que ser tratado de forma ampla.
A chefe do Núcleo de Estudos e Programas para Acidentes e Violência da Secretaria de Saúde, Lucy Mary Cavalcante, comentou as dificuldades que o poder público encontra devido ao fato da violência contra o idoso ocorrer na esfera privada. "Como envolve a família e pessoas queridas, muitas vezes, os denunciantes desistem de dar andamento aos procedimentos de apuração".
Já o subsecretário para Assuntos da Terceira Idade da Secretaria de Justiça, Joel Alves, destacou a necessidade da união de diferentes órgãos públicos para reduzir os casos e amparar as vítimas de violência. Joel citou a necessidade de tirar os idosos de casa como umas das principais linhas de atuação da secretaria. "Com o aumento da expectativa de vida, o Estado precisa se mobilizar. Os governos devem criar atividades, programas e até mesmo capacitar os idosos para atuarem como mão-de-obra".
Em sua intervenção, o deputado federal Ricardo Quirino (PRB) ressaltou que a sociedade não se prepara para envelhecer, nem para cuidar dos idosos. "O idoso merece ser respeitado como uma pessoa capaz, que tem muito a colaborar", defendeu o deputado. A defensora pública do Núcleo de Assistência Jurídica do Idoso, Paula Regina de Oliveira, por sua vez, enfatizou que a questão deve ser "encarada de frente, sem o uso de eufemismos". "Lamento que, ano após ano, avancemos muito pouco nesse assunto tão importante".