Após leitura de relatório final, reunião da CPI dos Transportes é suspensa e retorna às 14h
Após leitura de relatório final, reunião da CPI dos Transportes é suspensa e retorna às 14h
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes se reuniu na manhã desta segunda-feira (25) para votar o relatório final das investigações elaborado pelo deputado Raimundo Ribeiro (PPS). Divergências sobre o encerramento do prazo dos trabalhos da CPI – que teria acabado ontem, no domingo – provocaram a suspensão da reunião, para análise formal da situação. O colegiado volta a se reunir logo mais às 14h.
No parecer do relator, há menções a uma "agremiação criminosa" que teria favorecido os licitantes, "numa disputa orquestrada e injusta". Ao ler trechos de seu relatório, Ribeiro citou o envolvimento do ex-secretário de Transportes José Walter Vazquez; do advogado Sacha Reck; do engenheiro Wagner Colombini Martins; do ex-diretor do DFTrans Marco Antônio Campanella, e de empresários da família Constantino e das viações Pioneira e Piracicabana.
Entre as recomendações feitas pelo relator estão o encaminhamento do relatório para o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, a Polícia Civil, o Tribunal de Contas do DF e o Executivo, para processos criminais e administrativos.
O relatório elaborado por Raimundo Ribeiro ainda precisa ser discutido e votado na comissão. Alguns integrantes da CPI já adiantaram, contudo, ter divergências e sugestões ao texto do relator. O deputado Ricardo Vale (PT), por exemplo, informou que vai apresentar voto em separado. "A análise das 136.127 páginas do processo de licitação me levou a convicções muito diversas do relatório", afirmou. Ele argumenta que tudo o que foi discutido na comissão já havia acontecido antes, nas vias administrativas e judiciais, "que validaram o processo licitatório".
Votação – O relator Raimundo Ribeiro defendeu a apreciação do relatório final ainda nesta segunda-feira. "Hoje é o primeiro dia formal após o encerramento do prazo de funcionamento da CPI. É importante votarmos hoje para não cairmos em vício formal insanável", apontou.
Já o presidente da CPI, deputado Bispo Renato Andrade (PR), considera que o pedido de prorrogação da comissão foi apresentado em tempo hábil, não acarretando problemas caso a votação fique para quarta-feira (27), após a análise do requerimento de prorrogação pelo plenário da Câmara Legislativa.
O presidente adiantou ainda que, sendo votado ou não o relatório, faz questão de encaminhar o documento de Ribeiro aos órgãos competentes. "Os responsáveis precisam responder administrativa e criminalmente, e a licitação deve ser considerada nula de pleno direito", defendeu.
A presidente da Casa, deputada Celina Leão (PPS), acompanhou parte da reunião desta manhã e fez questão de elogiar o trabalho da CPI: "A comissão não deixou de investigar ninguém, e tenho certeza que o relatório foi feito pensando no melhor para a cidade e para aqueles que pegam ônibus todos os dias".
