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O projeto de lei que impõe penas mais severas para jovens a partir de 16 anos, em tramitação no Congresso Nacional, dividiu as opiniões dos parlamentares que discutiram o assunto na sessão ordinária de hoje. Contrária à proposta, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, deputada Erika Kokay (PT), disse: "Precisamos romper com o véu da hipocrisia das soluções fáceis". A violência envolvendo menores é resultado, segundo a parlamentar, da "falência das políticas públicas".

:Erika criticou o atual secretário de Segurança Pública, que não pretende desativar unidades do Caje (Centro de Atendimento Juvenil Especializado), segundo ela, com "ratos e baratas". De acordo com Kokay, o perfil do jovem encarcerado em Brasília é muito semelhante, pois, na maioria, eles pertencem a famílias de baixa renda e não concluíram nem a 6ª série. "São jovens que matam e que morrem e estão encarcerados porque se encarceraram os seus sonhos, suas esperanças de futuro".

O deputado Rogério Ulysses (PSB) afirmou que se fala em redução da maioridade penal, mas não se fala em educação. "Segurança Pública se faz com educação, com prevenção", argumentou. Ele contou que "hoje pela manhã havia um corpo estirado no chão em frente ao único centro educacional de São Sebastião. O garoto foi baleado por causa de um acerto de contas". Ulysses disse ainda que o Batalhão Escolar está "sucateado" e os policiais precisam se dividir para fazer a segurança nas escolas. Erika Kokay informou que hoje o DF ocupa o quarto lugar em todo o País no número de jovens mortos por causa externas.

Guerra urbana - Ao se declarar favorável ao projeto da redução da maioridade penal, o deputado Cabo Patrício (PT) disse que vivemos uma "guerra urbana" e a redução é uma solução a curto prazo para combater a violência. No entanto, ele defendeu que políticas públicas para a juventude também são necessárias, mas representam soluções a longo prazo. A mesma opinião manifestou o deputado Dr. Charles (PTB). "Muitas quadrilhas usam os menores para os crimes, os menores precisam ser imputados pelos crimes que cometem", alegou.