Radialistas comunitários criticam fiscalização e pedem condições de trabalho
Radialistas comunitários criticam fiscalização e pedem condições de trabalho

Berinaldo acredita que as mais de cem rádios comunitárias em operação no DF prestam um serviço de grande relevância social, pois muitas vezes o rádio é o único meio de comunicação para uma expressiva parcela da população. "Essa Comissão Geral almeja ser um esforço coletivo para a valorização e o reconhecimento desse trabalho.
Um espaço para o amplo debate, com a participação de todos os segmentos envolvidos", afirmou o parlamentar.
Segundo o jornalista Geraldo Naves, falta apoio estatal para as rádios comunitárias. "Precisamos de investimento em publicidade e apoio do governo para os radialistas", afirmou. Naves também convocou o segmento a se unir para ganhar força. "A partir da hora em que mostrarmos organização, chegam os anúncios."Já o presidente da Federação de Associações, Movimentos Populares e Entidades do Distrito Federal e Entorno, Vladimir Dantas, criticou a "operação de guerra" da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Ministério das Comunicações contra as rádios. "Se elas não prestassem um bom serviço não estariam se proliferando. Não podemos calar a voz da comunidade, deixando que a voz das grandes corporações prevaleça", afirmou. Fiscalização - O gerente-geral de fiscalização da Anatel, José Oliveira, defendeu o papel de fiscalização da Agência. "A Anatel simplesmente cumpre seu papel legal de fiscalizar o que está escrito nas leis", observou. Oliveira disse ainda que são 130 entidades sob sua fiscalização e que é preciso garantir o disciplinamento do escasso espectro eletromagnético.
O radialista Edson Charles criticou as ações da Anatel que, segundo ele, "só fiscaliza quem não tem dinheiro".
Afirmou que enquanto as rádios comunitárias são acusadas injustamente de interferir na freqüência dos aeroportos, a Rede Globo, que tem transmissores bem mais potentes, não sofre qualquer tipo de pressão. O radialista condenou ainda a falta de democracia nas concessões de rádios FMs, como também o fato de as programações não atenderem às reivindicações populares.