Prisão de Passos é tema principal de discursos no plenário
Prisão de Passos é tema principal de discursos no plenário

Minutos antes da chegada do parlamentar, vários deputados manifestaram-se sobre a situação do colega. O deputado Paulo Tadeu (PT), falando em nome da bancada de seu partido, declarou-se preocupado com a notícia divulgada pela imprensa de que foram remanejados R$ 350 mil da área de saúde para a empresa Gautama nos últimos dois dias do governo de Maria Abadia. "Tudo indica que houve crime fiscal, pois se autorizou pagamento sem previsão no orçamento, e o que é mais grave, tirando dinheiro destinado à compra de remédios", acusou.
O deputado petista ainda adiantou que apresentou requerimento para que o Tribunal de Contas do Distrito Federal inspecione e investigue a Secretaria de Agricultura. "Já foram pagos mais de R$ 3 milhões para a construção das barragens na bacia do Rio Preto e até agora não temos nenhuma obra iniciada. Queremos saber todos os detalhes dessas transações", afirmou.
Informações - O deputado Raad Massouh (DEM) reclamou da falta de informações acerca da soltura de Pedro Passos. "A convocação era para que estivéssemos aqui hoje deliberando sobre a prisão, mas foram feitas várias reuniões entre pequenos grupos de parlamentares que deliberaram alguma coisa que não chegou até o conhecimento da maioria", queixou-se. Benício Tavares (PMDB) afirmou que solicitará ao presidente da Casa, deputado Alírio Neto (PPS), a abertura de investigação para averiguar a responsabilidade pelo vazamento das gravações, que estavam num CD com os "grampos" realizados pela Polícia Federal na ligação que recebeu de Passos. "A imprensa foi sensacionalista, até mesmo porque se tivesse ocorrido qualquer ilicitude na conversa, o próprio delegado que estava ao lado do deputado Passos teria tomado providências", explicou. A ligação foi feita pelo celular do próprio Pedro Passos, em sua casa, quando foi detido pelos agentes da Polícia Federal. "Eu sou do mesmo partido que ele, natural que tenha ligado para me pedir ajuda num momento tão difícil. Aliás, depois ele também ligou para o Alírio Neto e não se deu a mesma importância", justificou Tavares.
Processo - O deputado Rôney Nemer (PMDB), corregedor da CLDF, já recebeu da Mesa Diretora os autos de prisão em flagrante para que se inicie o processo regimental de investigação. "Tenho sofrido muita pressão na rua e também política, mas vou procurar agir com o máximo de isenção", disse Nemer. O corregedor tem 24 horas para notificar Passos, que terá 10 dias úteis para prestar esclarecimentos.