Política habitacional do DF começa a ser discutida
Política habitacional do DF começa a ser discutida

Taniguchi afirmou com insistência que não serão toleradas invasões nem grilagem de terras. O governo vai agir imediatamente sempre que tiver início qualquer das duas situações.
A audiência pública, promovida pela CAS no plenário da Casa, reúne à mesa, o presidente e o vice-presidente da Comissão, deputados Benício Tavares (PMDB) e Batista das Cooperativas (PRP), respectivamente;
os deputados Berinaldo Pontes (PP) e Raad Massouh (DEM), integrantes da CAS; o secretário Taniguchi; o superintendente regional do Ibama, Francisco Palhares; o superintendente regional do Iphan, Alfredo Gastal; a subsecretária de habitação, Glória Rincon; e a diretora técnica e de fiscalização, Ivelise Longhi, representando a Terracap. No plenário, ainda, os deputados Rôney Nemer (PMDB), Leonardo Prudente (DEM) e Milton Barbosa (PSDB).
Tanaguchi lembrou que a última vez que o DF teve uma política habitacional foi há cerca de 15 ou 20 anos, quando foi criada a SHIS. Depois disso, "houve um processo de doação que gerou a multiplicação de cidades, estimulou a imigração e com isso o crescimento da demanda", disse o secretário. O resultado disso? Segundo Taniguchi, "a ocupação inadequada, especialmente de áreas de meio ambiente frágil, as áreas de proteção ambiental (APAS), face à indisponibilidade de terrenos para a classe média, com invasões e grilagem de terras". As conseqüências foram drásticas, garante o secretário: "Falta de estrutura operacional e inadimplência elevada". Passivos que, sublinha Taniguchi, "foram absorvidos pelo Tesouro, ou seja, foram pagos por toda a população do DF".
:O secretário de Desenvolvimento Urbano diz que o GDF quer romper "esse círculo vicioso negativo" que levou à criação de inúmeros condomínios irregulares, à alta taxa de crescimento populacional, à especulação imobiliária com alto custo de infra-estrutura e serviços públicos e à expulsão da população para cidades do Entorno.
Como o GDF pretende enfrentar esse emaranhado de problemas? Segundo o secretário, sendo rigoroso na proibição e na fiscalização de invasões e grilagem de terras, produzindo moradias para todas as faixas de renda, garantindo que os subsídios à habitação de interesse social serão pessoais e intransferíveis, com novas modalidades de moradias, cheque de material de construção e atuação nas cidades do Entorno "promovendo a criação de grandes áreas de habitação em parceria com as prefeituras locais".
Taniguchi informou que, entre as diversas ações que pretende implementar, o GDF está preparando a proposta de alteração da Lei Orgânica do Distrito Federal, promulgada em 1991, para adequá-la ao Estatuto das Cidades, criado apenas em 2002 assim como ao Plano de Ordenamento Territorial (PDOT). Essa proposta deve ter ampla divulgação, "inclusive pela Internet, para que população possa participar e se informar", garante o secretário.
Para atender à demanda de habitações de interesse social, o GDF vai implantar novo sistema de cadastramento dos interessados, pois hoje, o que existe não é confiável. Outra das propostas do governo é estudar a verticalização da habitação em algumas áreas, pois, como afirma Taniguchi, "não há condições de manter no DF, pelo preço da terra e pelas restrições impostas pelo meio ambiente, a ocupação horizontal".
Mas para agir, o GDF quer a parceria da população, "por isso, o novo PDOT deve ser muito debatido, com quantas audiências públicas forem necessárias para que se possa definir novas áreas de ocupação urbana" concluiu o secretário.