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Pedro Passos descarta renúncia

Publicado em 23/05/2007 19h52
Demonstrando tranqüilidade e cercado por cabos eleitorais, que proferiam mensagens de apoio, o deputado Pedro Passos (PMDB) assegurou que não vai renunciar ao mandato para escapar de uma possível cassação. "Não há qualquer possibilidade de renúncia. Farei toda a minha defesa dentro da Câmara", afirmou. A declaração do parlamentar foi feita logo após explicar-se perante os colegas no plenário, durante entrevista coletiva convocada por ele para responder os questionamentos da imprensa, no auditório da Câmara Legislativa.

A renúncia, nestes casos, só pode se dar até o sorteio do relator da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que fará a recomendação ou não da cassação, o que ocorre após a investigação do corregedor. Durante a coletiva, o deputado disse que não tem nenhuma intimidade pessoal com Fátima Palmeira, representante da Gautama, e Zuleido Veras, proprietário da empresa, e que não vê problemas éticos em fazer negócios pessoais com os funcionários da empreiteira. "Faço leilão de cavalos há dez anos, vendendo animais inclusive para governadores e senadores, como Joaquim Roriz e o ex-secretário de Fazenda, Valdivino de Oliveira. Não posso impedir ninguém de participar dos leilões", explicou.

Julgamento - Passos também afirmou que não se pode julgar os fatos pelo que foi divulgado na imprensa. "Foram dois anos de gravações, existem muitos diálogos, ou seja, foram editadas ligações em momentos completamente distintos e tratando de assuntos diferentes, deturpando a verdade dos fatos", disse. Segundo o parlamentar, vários assuntos foram tratados nas ligações com os funcionários da Gautama. "Cobrei sim minhas dívidas com eles, mas tudo relativo aos cavalos vendidos; além disso, também falei da importância do envio de documentos de licenciamento ambiental para a obra no Rio Preto, que considero de extrema importância", justificou.

Ainda alegando que poucos diálogos foram divulgados, Passos disse que se tudo viesse a público, a verdade seria demonstrada. "Eu realmente falei que a Gautama é que deveria tocar a obra, pelas condições técnicas e por ter ganhado a licitação, mas que não me interessava a empresa responsável, e sim a obra", disse.

Ao final, o deputado disse que não renunciará ao cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça. "Conversei com os outros integrantes da CCJ e o entendimento é que as minhas atribuições não interferem nas investigações", observou. Ao encerrar a coletiva, Passos denunciou que "existem vários delegados da Polícia Federal que recebem propinas mensalmente no esquema". O parlamentar se negou a apresentar mais detalhes.

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